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| Roland Jacob (✩ Schaback, França,1899, Rio de Janeiro 1971) |
Roland Jacob (✩ Schaback, França,1899, ✝
Rio de Janeiro 1971), Chegou a Parnaíba em 1923,
a fim de assumir a direção da firma do seu tio Marc Dosiré Jacob. Imprimiu uma
nova dimensão às suas atividades, estendendo-as ao campo das exportações de
nossas matérias-primas, tornando-se o precursor de tão importante ramo
comercial. A vida de Roland Jacob está toda vinculada intimamente à história do
desenvolvimento comercial do Piauí, notadamente na cidade de Parnaíba. Era
Cidadão Parnaibano e Piauiense, títulos conferidos, respectivamente, pela
Câmara Municipal e Assembleia Legislativa do Estado.
Nascido em Schalbach, França, em 15 de setembro de
1899. Faleceu em 20 de março de 1971, no Rio de Janeiro. Cursou ao equivalente,
ao atual, Ensino Médio, em pouco tempo chegou a dominar o nosso idioma, que
escrevia com grande propriedade, embora nunca tenha perdido o sotaque francês.
Além do Francês e do Português, falava fluentemente o Inglês e o Alemão.
Habilidoso, vocacionado para os negócios, Roland
multiplicou o patrimônio da família, comprando dos herdeiros de seus tios suas
participações acionárias na casa Marc Jacob, instalando filiais em Campo Maior,
Floriano, União, Piripiri, Luzilândia, além de Teresina, é claro, marcando com
forte presença a vida econômica do estado, justamente em seus principais
centros de produção de cera de carnaúba, óleo de babaçu, couro e peles, ainda
hoje importantes para o crescimento da economia do Baixo Parnaíba, que tem no
extrativismo talvez a principal atividade econômica.
A ótima qualidade dos contatos que Roland mantinha
com a gente do interior era essencial para o desenvolvimento do crédito que
concedia. O pagamento pelas mercadorias era feito com a entrega da produção da
safra, quase um ano de prazo. Os juros eram da ordem de 1% ao mês, o que se
manteve mesmo durante a inflação galopante dos anos de 1950. Assim, a Casa Marc
Jacob, além do comércio regular, desempenhou um importante papel de banco de
fomento, em uma época na qual nem se pensava nisso.
Todo o trabalho de Roland Jacob em prol do
desenvolvimento de Parnaíba e do Estado foi reconhecido em 1955, quando recebeu
o título de Cidadão Parnaibano; e, no dia 26 de maio de 1969, quando a
Assembleia Legislativa do Estado do Piauí concedeu-lhe o título de Cidadão
Piauiense.
Roland viajou com certa regularidade ao exterior,
de navio, pelo menos a cada três anos. Pelos contatos com as fontes de
suprimento, Roland assegurava um maior volume de compras, e os contatos com o
Exterior ampliavam as oportunidades de negócios. Existem registros de suas
viagens a Portugal, França, Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos da América,
que, no período, eram os principais mercados para os nossos produtos. O
critério na escolha dos produtos em muito contribuiu para que o conceito da
Casa Marc Jacob cada vez mais se firmasse. Em 1942, a firma transformou-se em
Sociedade Anônima, com a razão social Casa Marc Jacob S.A. Em 1962, passou a
denominar-se, PVP – Sociedade Anônima, mais mantendo a tradição.
Anos depois criou um novo setor de varejo, com o
nome fantasia de Lojas Rosemary. Lojas organizadas como tal havia em Parnaíba,
Teresina, Floriano, São Luís, no Maranhão, e Belém, no Pará, sendo que, nas
duas últimas não era usado o nome Loja Rosemary, mas apenas o nome da própria
empresa. Nessas lojas vendia-se uma grande variedade de produtos; e, embora
variasse a oferta de acordo com o tamanho da praça, em todas se vendiam
eletrodomésticos, móveis, roupas de cama e mesa, artigos de porcelana, vidro e
cristal, artigos decorativos e de presentes, artigos de alumínio, relógios,
joias, máquinas de costura, bicicletas, porcelana e cristais importados. Os
volumes anuais das vendas evoluíram de forma fantástica, incluindo novos
negócios.
Além do comércio de exportação e do de atacado e
varejo, Roland acrescentou uma importante atividade de representações,
trabalhando com firmas industriais e atacadistas, nacionais e estrangeiras.
Entre estas, abriu a seção de medicamentos de alguns dos maiores laboratórios,
com Squibb, Fontoura White e Moura Brasil.
Roland também demonstrou interesse e respeito pelo
patrimônio material de sua cidade. Segundo Jacob, isso fica evidenciado quando
encomendou ao arquiteto Wit-Olaf Prochnick o projeto da Loja Rosemary.
Para muita gente, comprou moradia, pagando à vista,
para ser reembolsado parceladamente, sem cobrar juros. A preocupação de Roland
Jacob com a nova geração de estudantes pobres o levava, muitas vezes, a pagar
seus estudos. Foi descrito pelo filho como uma pessoa sensível às necessidades
dos menos favorecidos; e gostava do povo de Parnaíba, para quem, durante muito
tempo, desempenhou a função de uma espécie de Juiz de Paz, pela aceitação das
partes do seu julgamento correto, dirimindo conflitos familiares, de vizinhança
e briga de várias naturezas.
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| Lactário Posto de Puericultura Suzanne Jacob |
Elaborado por Ana Claudia Lima Brandão
Revisado pelo prof. MSc. Moacyr Ferraz do Lago
Edição do Jornal da Parnaíba
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