Ainda não dá pra calcular na ponta do lápis depois
de oito dias de paralisação quanto em dinheiro a Parnaíba está perdendo com
esta paralisação nacional dos caminhoneiros. Mas isso é coisa que somente o
tempo e os comerciantes, industriais e outras categorias empresariais hão de
fazer. Os caminhoneiros estão exigindo entre outros benefícios, a redução do
preço do óleo diesel, situação de conservação das rodovias, mais segurança,
jornada de trabalho e reclamam do baixo valor do frete.
A categoria reivindica também a sanção sem vetos
pela presidente Dilma Rousseff da Lei dos Caminhoneiros. Esta lei aprovada no
ano passado que prevê um, vamos dizer, refresco na jornada de trabalho pra um
total de doze horas, ao contrário das atuais dez horas, assim como a
regulamentação de horas de descanso. Depois de oito dias de paralisação
completados nesta quarta-feira o Governo Federal já sinalizou que quer dialogar
com a categoria, mas a conversa não inclui na pauta a questão do combustível.
Disso o Governo Federal não abre nem pro trem
carregado de dormentes. A Advocacia Geral da União já ingressou com ações na
Justiça Federal pelo menos em sete estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais, Goiás, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, os mais ricos,
pedindo a suspensão dos bloqueios de rodovias sob pena de pagamento de multa de
cem mil reais pra cada hora de interrupção ocorrida. A coisa está ficando feia
pra todo mundo.
Transportando a confusão pras bandas de cá, pra um
estado feito o Piauí, um estado miserável, que depende de um tudo dos outros,
desde o esmalte de unha até o shampoo pra o cabelo, passando pelo gás de
cozinha, gasolina, banana, laranja, arroz, feijão, ventilador, tecidos, frango,
carne de porco, farinha de mandioca e outras coisinhas mais, a paralisação dos
caminhoneiros acaba de afundar a estrada que vai dar pra estas bandas. O Piauí,
mal comparando, é igual à Suíça, importa tudo e tudo o que chega aqui chega em
cima de caminhão. Seu parque industrial, se é que alguém aqui sabe lá o que
diabo é isso, produz o mínimo do nada. Fica assim um estão dependente.
Os caminhoneiros estão cobertos de razão. Porque em
muitas das vezes, vamos dizer a verdade, eles trazem a carga pra esse fim de
mundo da Parnaíba e na volta ficam no prejuízo porque daqui sai pouca coisa pra
fora. E os coitados não vão dar uma viagem dessas e voltar pra estrada com as
mãos abanando! Tem caminhão pra pagar a prestação, mulher e filhos pra dar de
comer, frete, despesa de viagem e vez por outra até molhar a mão de algum
funcionário público da Secretaria de Fazenda pra fazer vistas grossas diante de
algum negócio ilícito.
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| Antônio de Pádua Marques, autor do artigo |
Nesse rosário de iminente dificuldade ou eles ficam
caturando cargas de menor valor ou saem aventurando num pinga-pinga aqui e mais
ali. Não é brincadeira pra menino não senhor! Pense comigo. Agora se dana no
mundo um caminhoneiro lá do Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, com cargas de
frango congelado, melancia, carne, arroz, geladeira, sorvete, móveis e tantos
outros produtos pros lados de cá sem saber se na volta leva alguma coisa. Fora
os transtornos de enfrentar estradas de péssima qualidade. Porque o Piauí
continua no ranking brasileiro como tendo as estradas mais esburacadas e mal
traçadas. No Piauí as cidades com maior capacidade de consumo estão longe umas
das outras: Picos, Floriano, Bom Jesus, a capital Teresina, Campo Maior,
Piracuruca e a Parnaíba. Essa, na ponta do gargalo da garrafa. Porque o Piauí,
se a gente olhar bem, mais parece uma garrafa pet amassada.
Da redação Jornal da Parnaíba
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Por Antônio de Pádua Marque


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