![]() |
| Foto divulgação |
Nas últimas décadas
as nossas cidades, que outrora eram acolhedoras, transformaram-se em selvas de
cimento, onde impera a violência, desigualdades gritantes e impunidade.
Tão conformados
estamos, que achamos natural que seja assim.
O Papa Francisco, no
dia cinco de Março, abordou o tema, alertando os cristãos para a calamidade,
que deveria incomodar.
“Habituamo-nos à violência, como se fosse uma notícia diária normal;
habituamo-nos a irmãos e irmãs que dormem na rua, que não têm teto para se
abrigarem. Habituamo-nos a refugiados em busca da liberdade e dignidade que não
são acolhidos como deveriam”.
A violência
difundiu-se de tal jeito, que se torna perigoso permanecer na via pública: são
assaltos, roubos assassinatos, carros incendiados, atos de terrorismo, por
motivos políticos e religiosos…
Mas, infelizmente, a
violência não se limita apenas à rua. Chegou à escola: alunos que agridem
professores, que abusam e perseguem colegas, a que chamamos, agora, de
“bullying” – sempre a tendência de usar termos estrangeiros.
Não sendo fenômeno
recente, tem nos últimos anos aumentado assustadoramente, refletindo a educação
administrada pelos pais. Os sinais são, em regra, difíceis de perceber. Nota –
quem está atento, – que o adolescente torna-se mais introspectivo e irritadiço,
queixando-se, por vezes, de repentinos problemas de saúde, para evitar a ida à
escola.
Também há professores
que sofrem o efeito do “bullying”, vítimas de alunos que: brincam, ouvem
música, telefonam, conversam, trocam bilhetinhos, chegando a agredir o
professor se são reprendidos.
Hoje, os jovens, são
educados pela: TV, Internet, pelas figuras públicas e pela postura dos
“ídolos”.
Outrora a família e a
sociedade, em geral, incutiam o respeito pelos idosos.
Agora tudo mudou. Nas
empresas, a velhice era valorizada. Os cargos de chefia eram preenchidos por
trabalhadores dedicados, experientes e pela antiguidade. Essa atitude criava
nos adolescentes a noção que deviam respeitar e obedecer aos mais idosos.
Vivemos numa
sociedade consumista, cujo único fim é adquirir dinheiro. Não importa como.
Chega-se a roubar os pais e irmãos, até matar para receber herança.
Há pais que incitam
os filhos a serem violentos: “ não trazendo desaforos para casa”: recomendando
agredirem companheiros e até professores. Habituamo-nos a viver com a pobreza
extrema, com o crime, com o perigo: Vemos carros incendiados, assaltos
violentos, morte de inocentes e aceitamos, como fatalidade, sem repulsa nem sequer
indignação!
Essa passividade,
indiferença perante o crime – parece que a própria autoridade aceita a
violência, como normal – é em parte responsável pela situação a que chegamos.
Chegará ao fim a
nossa civilização?
Da redação do Jornal
da Parnaíba, com edição de Luzia Paula.
Por
Humberto Pinho da Silva

Nenhum comentário:
Postar um comentário