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Estátua de Manuel Francisco dos Anjos, o "Balaio" na cidade de Caxias - MA |
Os anos que se sucederam à Independência do Brasil
foram coroados de tumultos e revoltas pela insatisfação da população com
relação aos governantes. O governo exercia forte pressão e vigilância na
população, provocando insurreições que logo eclodiam em lutas sangrentas.
A Balaiada recebeu esse nome porque o artesão,
confeccionador de balaios, Manoel Francisco dos Anjos Ferreira, mais conhecido
como "Balaio", iniciou o movimento, liderando os seus conterrâneos maranhenses. O
movimento revoltoso cresceu e avançou através das províncias, recebendo no
Piauí a adesão do líder vaqueiro Raimundo Gomes, vulgo “Cara-Preta”, que ajudou a difundir o movimento pelas províncias do
Ceara e Bahia.
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Major José Francisco de Miranda Ozório |
Em 1839, os balaios instalaram-se na fazenda
Várzea, distante um légua do território da Vila da Parnaíba, sob o comando de
Raimundo Gomes. As forças militares da Parnaíba marcharam para combater os
rebeldes na barra do Rio Longá, comandadas por José Francisco de Miranda
Ozório, derrotando-os.
No povoado Frecheiras, então pertencente a
Parnaíba, os balaios rebelaram-se e tentaram invadir Piracuruca, travando-se um
combate sangrento na localidade Bebedouro, onde os revoltosos foram derrotados
e remetidos para Piracuruca.
O piauiense Lívio Lopes Castelo Branco seguiu para
Caxias, no Maranhão, a frente de seiscentos homens para se juntar aos cinco mil
balaios que sitiavam aquela vila.
Manuel de Sousa Martins, o Barão da Parnaíba,
organizou tropas para reprimir o movimento e impedir a sua expansão. Para
ampliar o contingente convocou os homens da população à força, provocando ainda
mais os ânimos da sociedade civil. Muitos fugiram para escapar dessa
convocação, mas os que foram capturados foram enviados à revelia para servir [nas]
tropas imperiais no Rio de Janeiro.
Com a proporção que tomava a Balaiada, os governos
provinciais mobiliaram de forma mais intensa a repressão porque poderia ficar
fora de controle. Para isso foi nomeado o comandante em chefe das forças
provinciais José Feliciano de Moraes Cid, que veio substituir o comandante
Manoel Clementino de Sousa Martins, que morrera em combate no arraial do Baixão,
hoje Caxias, no Maranhão.
As forças provinciais de Moraes Cid atacaram e
derrotaram mais de dois mil revoltosos balaios, comandados por João da Mata
Castelo Branco e Raimundo Gomes, nas matas de Curimatá, hoje José de Freitas, e
Egito, hoje Miguel Alves.
O fim da Balaiada ocorreu no segundo império,
quando o então marquês Luís Alves de Lima e Silva veio nomeado para debelar o
movimento no comando geral das armas do Maranhão. Depois de sufocar os ânimos
dos revoltosos, prendeu cerca de dois mil homens e pela bravura foi condecorado
com o título de Barão de Caxias e ascendeu ao posto de general.
Pouco tempo depois do fim da Balaiada, em 1841, os
presos políticos receberam anistia do governo provincial e tudo voltou à
normalidade.
Edição do Jornal da Parnaíba
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Publicado em 2003 por Antônio Rodrigues Ribeiro
Fonte: RIBEIRO, A. R. “Parnaíba Presente do
Passado”. Parnaíba: Ferraz, 2003. p.82-83
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