Em 1954, a renda per capita anual da Coreia do Sul
era de US$ 70 (101ª do mundo; o Brasil era o dobro). Saída da guerra com a
Coreia do Norte (1950-1953) e sem recursos naturais, era mais pobre que os
países africanos. Em 1960, a renda nossa era de US$ 208 (contra US$ 155 da
Coreia do Sul).
MacArthur (general americano) disse: "A Coreia
não tem futuro. Levará mais de um século para reconstruir-se". Nos anos 60
ela exportava somente pescados e perucas (M. Troyjo, Folha 26/9/14: A16). Em
2014, a sua renda per capita é três vezes maior que a do Brasil (mais de US$ 30
mil anuais). De 1940 a 1990 passou de país pobre para país rico e civilizado.
Como ela virou o jogo? Educação, sacrifício
familiar [ético] pela geração seguinte e o país, planejamento, política industrial,
conglomerados multissetoriais (veja Marcos Troyjo em Folha 26/9/14: A16). Não
se vê isso no Brasil (nem muita educação nem muita ética). Muito menos
redistribuição da renda (aqui reside a peste-mor do Brasil).
A média de escolaridade da Coreia do Sul é de 11,8
anos (em 2013), contra 7,2 anos do brasileiro (Brasil é igual Zimbábue - veja
IDH de 2014). Em 2010, 45% dos sul-coreanos tinham ensino médio
(completo/incompleto); 42% com curso superior (completo/incompleto). Brasil:
44% e 8% (respectivamente).
Entre a população com 20 a 24 anos, a principal
entre os estudantes do ensino terciário (superior), o crescimento sul-coreano
(maior do mundo) foi estrondoso, passando de 2,6% em 1960 para 92% em 2010
entre os que tinham ensino superior completo ou incompleto (Brasil: 0,6% em
1960 e 12,4% em 2010, respectivamente) (Fonte: Barros-Lee).
Em 20 países, Coreia do Sul é o 4º em registro de
patentes (contra 19ª posição do Brasil - veja WPO-ONU, 2014). Em 122 países,
Coreia do Sul é a 1ª em velocidade da internet (Brasil: 84ª posição -
veja State of Internet, 2014); lá 4,2% do PIB se gasta em pesquisa e
desenvolvimento (contra 1% do PIB no Brasil). Ela é o 15º país no IDH (Brasil o
95º, computando a desigualdade).
Ela agora, depois do "Milagre do Rio
Han", está indo para design, moda, computação em nuvem e entretenimento.
Nós nunca fomos mais que um cartório exportador decommodities (produtos
primários e muito extrativismo parasitário). Tecnologicamente continuamos
atrasados e socialmente somos bárbaros (a desigualdade brutal nos acompanha).
Por LUIZ FLÁVIO GOMES, jurista e
diretor-presidente do Instituto Avante Brasil e professorLFG.com.br e no twitter: @professorlfg
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