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| Antônio de Pádua |
Nesse sábado dia 13 de setembro foi encerrada mais
uma Semanada Imprensa, criação do radialista, colunista social e jornalista
Rubem Freitas há cinquenta e dois anos e pela primeira vez sem a presença e a direção
de seu criador, falecido em novembro do ano passado. A Associação dos
Comunicadores de Parnaíba dessa vez tomou a frente e organizou a festa que
constou de missa, coquetéis na Associação Comercial e Industrial, e no SESC
Beira Rio e encerrou como de costume com uma grande confraternização na
Fundação Raul Bacelar, no bairro São José.
Não é e nunca foi uma festa qualquer, dessas que a
gente costuma fazer pra comemorar nascimento ou batizado de menino, formatura
de filho que já está com o cangote grosso e agora com um canudo debaixo do
braço vai tentar a própria vida. Nem é feito casamento de filha, com todas
aquelas amigas se cutucando na hora de tirar o retrato e se atropelando na hora
de pegar o buquê de flores jogado pela noiva com as tias velhas vindas do
interior trazendo aquelas roupas rendadas.
Tias velhas essas com as caras cheias de pó de arroz e carregadas no
batom escarlate, mais parecendo ciganas tentando ler sua mão na praça da Graça
ou na feira da Quarenta.
Se bem que hoje em dia nem existe mais esse negócio
de moça casar de véu e grinalda, carregando flor de laranjeira, com toda aquela
cerimônia debaixo de muito choro, risos, roupa apertada das madrinhas e dos
outros parentes e muito vexame. Cada marmota mais feia que a outra. Hoje os
tempos são outros e as moças quando resolvem juntar os panos de bunda com algum
sujeito nem pensam mais em cerimônia de igreja. E tem aquelas que ainda
arriscam casar de branco mesmo já levando menino dentro da barriga, assim de
cara lambida, sem a menor cerimônia. Outras já levam como pajens os filhos bem
crescidos, meninos já sabendo ler e escrever.
Enfim, a Semana da Imprensa este ano celebrou e
acrescentou mais uma vela no seu grande bolo em mais uma data. Graças a Deus
nossos amigos, colegas de profissão, de confiança, amigos dos bons e dos maus
momentos estavam lá participando, enriquecendo presença com suas famílias em
todos os lugares onde se deu a programação. Serviu também pra mostrar a alguns,
poucos, de dentro ou de fora da nossa categoria, que mesmo sem a presença de
Rubem Freitas, nosso timoneiro, chegamos a porto seguro. Tivemos o costumeiro
apoio de entidades de classes e do empresariado. Nossa festa foi um sucesso.
Sucesso reconhecido até por aqueles que antes ignoravam e os mais jovens, que
ainda não haviam entendido a dimensão de uma ideia brilhante de seu criador.
Esses jovens profissionais agora nos vendo o trabalho e a importância desta
confraternização já apresentam ideias para as próximas datas desta forma se incorporando
ao grupo mais antigo. É uma vitória da nossa obstinação, do nosso propósito e
que somente o tempo pode dar consequência.
E olhando pra trás e pra aqueles que ficaram pelo
caminho, uns falecidos, outros desestimulados pela falta de oportunidades, mais
outros pela falta de coragem em acompanhar os novos tempos com as tecnologias
da comunicação. Ainda aqueles que foram ou ainda continuam perseguidos ou
congelados no mercado de trabalho, embora escasso, por convicções políticas. E
mais na frente outros que embora necessitando de trabalho não sacrificaram a
dignidade por um salário baixo. Vamos encontrar no grande baú da história
muitos e muitos amigos e colegas que enriqueceram a imprensa antiga e a atual
com seus trabalhos e suas culturas. A eles e a suas famílias os nossos mais
sinceros agradecimentos. Valeu o nosso sacrifício. Conseguimos fechar uma
semana de 52 anos.
Antônio de Pádua para o Jornal da Parnaíba
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