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| Hermida Nossa Senhora de Monserrate da Parnahiba erigida por João Gomes do Rego Barros em 1711 |
Estamos no ano de 2014, quando a cidade da
Parnahiba comemorou em 11 de junho p.p. 303 anos de memória da Villa de Nossa
Senhora de Monserate e no dia 14 deste mês de agosto 170 anos de elevação da
Villa de São João da Parnahiba a categoria de cidade da Parnaíba. Entretanto,
na segunda-feira, 18 de agosto, estará celebrando também, dentro das magnas da
existência da Parnaíba instituídas por Lei Municipal na administração do então
Prefeito José Hamilton, 252 anos de memória da instalação da Villa de São João
da Parnahiba, prevista inicialmente para o lugar Testa Branca.
O resgate da verdadeira história da nossa
cidade, vem se processando acentuadamente nos últimos anos dado o interesse dos
parnaibanos, principalmente a juventude estudantil, em ter conhecimento da
trajetória vivida pelo seus antepassados a partir do lugar que ao longo do
tempo foi conhecido como Villa de Nossa Senhora de Monserrate da Parnahiba ,
Villa Nova da Parnahiba, (a Villa Velha da Parnaíba é a atual cidade de São
Bernardo ) , “Cítio dos Barcos” (hoje seria Sítio dos Barcos), Villa de São
João da Parnahiba, e , enfim, cidade da Parnaíba.
Leia também: Parnaíba: 303 anos de historia de um povo religioso.
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| Vila de São João da Parnahíba, ex Villa de Nossa Senhora de Monserate |
Toda essa passagem épica teve início legal a
partir de 11 de junho de 1711, quando o pernambucano João Gomes do Rego Barros
na condição de preposto do rico empreendedor baiano Pedro Barbosa Leal, por
ocasião da instalação da primeira feitoria de salga de carne na beira do Iguará
(Igaraçu), solicitou e obteve a permissão para construir uma igreja, a qual,
seguindo o modelo da existente em Salvador, no forte da ponta de Monserrathe,
foi erigida e ainda hoje existe ali na Rua Duque de Caxias, área do Porto das
Barcas.
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| Villa de São João da Parnahiba elevada a categoria de cidade da Parnaíba |
Muitos personagens, que em vida por aqui
passaram , deixaram suas louváveis marcas às causas da Parnaíba. Entre eles,
destacaram-se nas suas épocas: VILLA DE NOSSA SENHORA DE MONSERRATE O
Capitão-Mor João Gomes do Rego Barros, casado com Maria do Monte Serrate
Castello Branco – fundadores a mando de Pedro Barbosa Leal em 1711 da Feitoria
de salga de carne na beira do Iguará, sendo o casal o primeiro dono legal da
Ilha Grande de Santa Isabel a partir de 1725; Mandu Ladino – líder da revolta
tapuia no Norte do Piauí, Ceará e Maranhão; Bernardo Carvalho de Aguiar – Tomou
a Villa de Nossa Senhora de Monserrate da Parnahiba após a invasão pelos índios
Araiós em 1712, quando da revolta tapuia; Manuel Peres Ribeiro – matador de
Mandu Ladino no exercício de sua função como Sargento-Mor da Villa de Nossa
Senhora de Monserrate da Parnahiba; VILLA DA PARNAHIBA e VILLA DE SÃO JOÃO DA
PARNAHIBA Paulo Afonso – Comprador da Villa da Parnahiba em 1728; João Paulo
Diniz – fundou no lugar “Cítio dos Barcos” na beira do Igaraçu a 2ª Feitoria de
Salga de Carne de Gado e Courama bovina; Diogo Álvares Ferreira de Veras –
proprietário de um dos armazéns de salga de carne no lugar “Cítio dos Barcos”,
foi, em 1762, o líder do movimento para a instalação da Villa de São João da
Parnahiba na beira do Igaraçu, onde existia a Igreja construída por João Gomes
e que naquela época tinha como padroeira Nossa Senhora de Nazareth, santa de
devoção da influente família Abreu Bacellar. Domingos Dias da Silva e Manuel Antônio
da Silva Henriques – Implementaram a exportação do charque parnaibano,
conseguindo para isto a criação da alfândega na Villa; Cel. Simplício Dias da
Silva - Continuou a exploração comercial do charque iniciada pelo seu pai
Domingos Dias da Silva; José Gomes de Araújo e Cel. João José de Salles – como
Manuel Antonio da Silva Henriques . eram Senadores da Câmara , quando deram
sustentação legal ao movimento da independência no Piauí em 19 de outubro de
1822, liderado pelos brasileiros Dr.João Cândido de Deus e Silva, Cel.
Simplício Dias e o Alferes Leonardo de Carvalho Castello Branco ; Cel. Miranda
Osório – após a morte de Simplício Dias , passou a ocupar o seu lugar no
comando das ações comerciais e militares na Villa até a sua elevação à
categoria política de cidade da Parnaíba em 14 de agosto de 1844; Cap. Antonino
Ferreira de Araújo e Silva – irmão por parte de pai do poderoso Simplício Dias,
sempre, esteve ao lado do mano nas causas que o mesmo defendia. Por ocasião da
invasão da Villa pelas tropas portuguesas comandadas pelo Major João José da
Cunha Fidié, foi preso a bordo do brigue de guerra infante Dom Miguel por ter
remetido armas para Simplício quando ele se encontrava no Ceará organizando
aparato militar para retomar a Villa. Exercia as funções de Juiz de Paz na
Villa de São João da Parnahiba em 1832, quando se julgou suspeito para efetuar
a partilha dos bens dos finados Simplício Dias e Raimundo Dias, por ser cunhado
e tio das partes envolvidas, conforme consta no inventário de avaliação
efetuado em 1832. Na luta para liquidar a revolta Balaia no Piauí, estava em
missão delegada por Miranda Osório, comandante da guarnição militar na região
da Parnahiba, quando em 1839, no lugar Frecheiras (atualmente município de
Cocal) foi assassinado. Portanto, pode-se denominá-lo“ Mártir das Causas Legais
da Parnaíba” .. CIDADE DA PARNAHIBA Miranda Osório – após a elevação da Villa a
condição de cidade, ocupou até o seu falecimento em 1877, o exercício de
liderança maior no município. Durante esse tempo, ocupou todos os cargos
importantes da cidade. Foi Comandante da guarnição militar, comandou a luta
contra os balaios na região da Parnaíba, liquidando o movimento no Piauí, nas
batalhas de Barra do Longá, Beirú, Frecheiras e Contendas. Foi Comandante
superior da Guarda Nacional e Coronel Honorário do exército brasileiro. Já
veterano, ofereceu-se como Voluntário da Pátria à guerra do Paraguai.
Politicamente, exerceu as funções de Presidente da Câmara de Vereadores, Juiz
de Paz, Suplente de Juiz Municipal , Delegado de Polícia e Deputado Provincial.
Participou de todos os movimentos cívicos em favor das causas brasilicas, como
a Revolução de 1817, movimento de 19 de Outubro de 1822, batalha de Genipapo e
Confederação do Equador. Foi Cônsul da França em Parnaíba, dignatário da
Imperial Ordem da Rosa e membro da Ordem de Cristo. Efetivamente, foi o
substituto de Simplício Dias da Silva e Manuel da Silva Henriques no comando
das ações de governabilidade na então Villa de São João da Parnaíba até os
primeiros 30 anos de cidade da Parnaíba. Outros parnaibanos destacaram-se nos
séculos XIX , XX, e muitos outros nos dias atuais.
Por Vicente de Paula Araújo Silva “Potência”
Phb. 17/08/2014 Vic.
Edição do Jornal da
Parnaíba
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