De projeto social, Brena e Bruna participaram de
etapa do nacional de freestyle e até confundiram os jurados. De família de nove
irmãos, dupla quer ir longe no kitesurfe.
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| Brena e Bruna Veras |
Os ventos da Praia de Barra Grande, na cidade de
Cajueiro da Praia, litoral do Piauí, sopraram duas joias para a categoria
feminina do kitesurfe nacional. As gêmeas Brena e Bruna Veras guardam no olhar
tranquilo e tímido a dedicação para as manobras radicais do freestyle no mar.
Sem medo, a dupla de apenas 14 anos de idade - revelada através de um projeto
social - participou da primeira etapa do campeonato brasileiro da modalidade,
realizado na Praia do Itaqui, em Luís Correia. Foi a estreia das irmãs em competições,
e a semelhança até levou os jurados a dúvidas: quem é quem? O resultado – um
quarto lugar de Brena – significou muito, afinal foi o primeiro passo. Agora, a
missão é o Mundial Júnior.
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| A mãe, D. Maria, as gêmeas Brena
e Bruna com a instrutora Isabel |
Brena e Bruna começaram no kitesurfe há cinco meses
e foram descobertas quando iam pescar com o pai. Isabel Lupiañez, hoje
instrutora das gêmeas, percebeu que as irmãs tinham o potencial para o esporte.
O talento acabou lapidado, e Brena chegou às semifinais da etapa do Brasileiro.
No duelo, a menina acabou enfrentando a favorita Dionéia Vieira – oitava do
ranking mundial e líder no Brasil. Mesmo com uma veterana, ela não se
intimidou. A derrota acabou se transformando em vitória.
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| Instrutora Isabel pretende levar as duas para o mundial |
- Foi uma participação excelente, que nos traz
muito orgulho. Elas têm apenas 14 anos de idade e competiram com atletas com
estrada há anos no kitesurfe. Fizeram bonito, inclusive, com elogios dos
jurados e a forma agressiva em algumas manobras. Os jurados até confundiram quem
é quem (risos). Elas são muito boas e dedicadas. Prova disso foi a rápida
evolução durante os treinos. São grandes apostas para conquistarem títulos –
conta Isabel, instrutora do "Projeto Vivo".
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| Brena e Bruna compartilham manobras e paixão pelo esporte |
Enquanto Brena caía na água, a irmã arregalava os
olhos para não perder nenhum detalhe. O instrutor João Bosco dava o recado:
“Fica de boa”. A cada acerto nas manobras, palmas. A cada erro, um
conselho de como poderia ser feito. Correndo pela beira da praia, ela ainda
gritava incentivos. Da mesma forma, Bruna repetia tudo quase que
instintivamente.
- Acho que entrei um pouco nervosa – resume Bruna,
após perder na bateria, mas segunda colocada na categoria big air (quem fica
mais tempo no ar).
Não é tarefa fácil conseguir arrancar uma longa
entrevista com as irmãs filhas de pescadores, mas poucas palavras são capazes
de expressar a ansiedade e paixão das duas pelo esporte. Filhas de uma família
de nove irmãos, as gêmeas compartilham o sonho de conquistar pódios como
kitesurfistas, além da vontade em seguir a carreira militar: Brena sonha em se
tornar uma bombeira. Já Bruna quer ser policial.
- A gente se confunde uma com a outra, mas nós
amamos o kitesurfe. Espero que seja a primeira de muitas competições – completa
Brena.
Mais do que uma mãe, a dona de casa Maria Aparecida
Ferreira é uma grande torcedora. Feliz com o bom desempenho das filhas, ela
confia no sucesso das gêmeas no esporte.
- No início eu tinha medo do esporte, mas depois
fui acostumando e acredito e confio no trabalho da Isabel (instrutora). Vou
torcer sempre pelas minhas filhas – conta.
Da redação do Jornal da
Parnaíba
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Por Patrícia Andrade e Josiel Martin/G1-Luís
Correia, PI




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