Poucos brasileiros tiveram a oportunidade e o
privilégio, como teve o povo parnaibano, numa manhã deslumbrante, em maio de 1930, ao ver passar
pela primeira vez o maravilhoso dirigível alemão Graf Zeppelin, sobrevoando majestosamente
os céus de Parnaíba.
O imponente dirigível chegou ao Recife, capital
pernambucana, no dia 22 de maio, partindo de sua base operacional de
Friedrichshafen, na Alemanha. Dias depois de ter visitado algumas capitais brasileiras,
foi visto sobrevoando, lento e suave, o litoral do Nordeste brasileiro, onde
passou por João Pessoa, Natal, Mossoró, Fortaleza, Camocim e Parnaíba.
O gigante dos ares tinha 245 metros de comprimento
e 200mil metros cúbicos de gás hidrogênio de sustentação. Durante seus nove
anos, o Zeppelin dezoito mil horas, com 147 travessias oceânicas: 1,7 milhão de
quilômetros percorridos sem acidentes, uma façanha para a época. Conduziu dezoito
mil passageiros e 107 toneladas de caras e malas postais. Tinha o formato de um
charuto, com armação interna de duralumínio coberta com tela de algodão, de cor
prateada.
Na parte inferior, localizava-se a gôndola para
vinte passageiros (de cabines de dois ocupantes cada), salas de jantar e estar, cozinha e
dependências de comando. No seu interior, ficavam as instalações de serviço (capacidade para quarenta tripulantes),
depósito de combustíveis, lastros (água) e células de gás, responsáveis pela
sustentação do dirigível.
Entre seus feitos pioneiros destacam-se a primeira
circunavegação da Terra, percorrendo 33 mil quilômetros em dois dias, e estacionar no ar,
nas imediações do Recife, durante cinco dias, em 1935, aguardando o desfecho do
levante chamado “Intentona Comunista” par poder atracar no Campo de Dirigível
do Jiquiá.
Com o acidente em Nova Iorque, o dirigível
Hindenburg findava o sonho do conde Ferdinand Graf Adolf August Heinrich Von Zeppelin, que
morrera sem ter concretizado suas pretensões, uma vez que ele tinha como
objetivo fazer com que o Zeppelin estabelecesse um serviço comercial entre a Europa
e as cidades do litoral brasileiro, o que já estava em estudos com a construção
de um hangar no Recife.
Infelizmente não há registros fotográficos da
passagem do Graf Zeppelin por Parnaíba.
Da redação do Jornal da
Parnaíba
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Fonte: LOPES, J. T. S. Parnahyba na História da
Aviação: na linha New York Buenos Aires, com escala em Parnahyba para as águas do
Rio Igaraçú, em 1929. Parnaiba: Melo, 2010. p. 23-24.
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