quinta-feira, julho 10, 2014

Graf Zeppelin Sobrevoa Parnaíba

Poucos brasileiros tiveram a oportunidade e o privilégio, como teve o povo parnaibano, numa manhã deslumbrante, em maio de 1930, ao ver passar pela primeira vez o maravilhoso dirigível alemão Graf Zeppelin, sobrevoando majestosamente os céus de Parnaíba.

O imponente dirigível chegou ao Recife, capital pernambucana, no dia 22 de maio, partindo de sua base operacional de Friedrichshafen, na Alemanha. Dias depois de ter visitado algumas capitais brasileiras, foi visto sobrevoando, lento e suave, o litoral do Nordeste brasileiro, onde passou por João Pessoa, Natal, Mossoró, Fortaleza, Camocim e Parnaíba.

Assim, livre e desimpedido, o Charuto Batuta, como o povo apelidou o gigante navio voador e cruzador das nuvens, assim, também cognominado pela imprensa pernambucana, continuou sereno seu voo sobre o território nacional até atingir a América Central e prosseguir viagem para os Estados Unidos.

O gigante dos ares tinha 245 metros de comprimento e 200mil metros cúbicos de gás hidrogênio de sustentação. Durante seus nove anos, o Zeppelin dezoito mil horas, com 147 travessias oceânicas: 1,7 milhão de quilômetros percorridos sem acidentes, uma façanha para a época. Conduziu dezoito mil passageiros e 107 toneladas de caras e malas postais. Tinha o formato de um charuto, com armação interna de duralumínio coberta com tela de algodão, de cor prateada.

Na parte inferior, localizava-se a gôndola para vinte passageiros (de cabines de dois ocupantes cada), salas de jantar e estar, cozinha e dependências de comando. No seu interior, ficavam as instalações de serviço (capacidade para quarenta tripulantes), depósito de combustíveis, lastros (água) e células de gás, responsáveis pela sustentação do dirigível.

Entre seus feitos pioneiros destacam-se a primeira circunavegação da Terra, percorrendo 33 mil quilômetros em dois dias, e estacionar no ar, nas imediações do Recife, durante cinco dias, em 1935, aguardando o desfecho do levante chamado “Intentona Comunista” par poder atracar no Campo de Dirigível do Jiquiá.

Com o acidente em Nova Iorque, o dirigível Hindenburg findava o sonho do conde Ferdinand Graf Adolf August Heinrich Von Zeppelin, que morrera sem ter concretizado suas pretensões, uma vez que ele tinha como objetivo fazer com que o Zeppelin estabelecesse um serviço comercial entre a Europa e as cidades do litoral brasileiro, o que já estava em estudos com a construção de um hangar no Recife.

Infelizmente não há registros fotográficos da passagem do Graf Zeppelin por Parnaíba.

Da redação do Jornal da Parnaíba
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Fonte: LOPES, J. T. S. Parnahyba na História da Aviação: na linha New York Buenos Aires, com escala em Parnahyba para as águas do Rio Igaraçú, em 1929. Parnaiba: Melo, 2010. p. 23-24.

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