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Fernando Gomes |
Volto a um tema que é recorrente na administração pública:
o desperdício de dinheiro nas obras inacabadas. Aqui em Parnaíba não é
diferente do resto do país. A atual gestão, a despeito da esperança em que se depositou
na juventude de Florentino Neto (PT), traz o amargo gosto da sensação de decepção
frente aos compromissos firmados e a lealdade com a população.
O atual modelo administrativo parnaibano em muito
se assemelha a outros que usaram a máquina pública em favor da manutenção do
poder de um grupo político que se afasta da ideologia e dos discursos plantados
nas campanhas eleitorais. Com competência mantêm o controle da mídia em seu
favor. Distribui cargos e favores políticos conforme interesses do controle
hegemônico.
O mesmo dissabor d’antes. Já se passaram praticamente
15 meses dessa administração, ou seja, cerca de 30% do tempo total ao qual o
cargo lhes permitem, dos 48 meses de mandato. Afinal, o tempo não para!
Engraçado verificar que quando as obras do governo
federal emperram ou caem em problemas, como exemplo as obras do saneamento que
estragaram a pavimentação, o poder público municipal sai pela tangente dizendo
que não é da sua responsabilidade; mas quando as obras (em sua maioria) são do
governo federal e dão certo, eles dizem que a prefeitura é quem as viabilizou,
trazem para si o mérito de ter realizado, embora os recursos sejam externos.
Muito engraçado!
Diz-se que criticar é muito fácil, e é. Mas fazer
quando se tem compromisso é muito mais, além de gratificante. Sobremaneira,
obrigação...
Outro dia numa roda um assessor do prefeito admitiu
essas dificuldades e a percepção do povo quanto à ineficiência administrativa e
soltou a seguinte pérola: “é, tá ruim mesmo, mas na hora certa nós vamos virar
a situação, temos muitos projetos e vamos calar a boca de todos”.
Calar a boca é uma expressão usual da política
local, seja com “mimos” ou com vantagens patrocinadas pelo próprio poder, como
oferta de cargos, compra de produtos e contratações de serviços pela
prefeitura. Não importa saber a qualidade de vida da maioria da população?
O mundo todo hoje faz uma discussão sobre a
sustentabilidade. Qual é a política local para a gestão dos recursos naturais?
Qual o modelo de desenvolvimento pensado pelo município? Parece que esta
realidade está desintegrada das ações propostas e até do conhecimento e
afinidade com o tema em boa parte da equipe responsável pela gestão municipal.
O Governo Municipal tinha que estar brigando na
esfera estadual e federal pela requalificação da orla da Praia da Pedra do Sal;
junto à Eletrobrás, infra estrutura de energia elétrica; apoio incondicional ao
projeto DITALPI; reestruturação do transporte público; retomada das obras da
Vila Olímpica; plano de desenvolvimento do turismo regional; implementação da ZPE;
plano de atração de investidores, dentre outras obras estruturantes para a
região.
Os estrategistas da política do grupo dizem: “Não
vamos nos preocuparmos com a crítica, vamos tocar do jeito que tá, tá bom”. É,
se a receita deu certo outras vezes, com esse mesmo estilo de governar,
questiono-me: quem está errado? Afinal, parece lógica a estratégia: para que
fazer alguma coisa agora se a eleição é só daqui a 7 meses?!
O povo visto como “de memória curta” parece não engolir
mais essa estratégia. Chegamos ao limite da exaustão, ou não. Quem viver
verá!!!
Por Fernando Gomes, sociólogo, cidadão, eleitor e
contribuinte parnaibano.
Edição do Jornal
da Parnaíba
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