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André Seixas, representante em Parnaíba do SINPOLJUSPI
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O agente Penitenciário André Seixas, lotado na
Penitenciária Mista Fontes Ibiapina em Parnaíba, falou ao jornal local “Tribuna Popular” dos inúmeros problemas
enfrentado pela equipe de agentes, que é bastante reduzida para dar conta da
superpopulação carcerária ali existente. “Hoje
são 89 celas individuais, 4 coletivas e nessas celas deveriam existir apenas
136 detentos, mas são 372 que vivem lá em regime fechado, sendo que em plantão
só existem 5 agentes”, informa André.
Segundo ele, existem ainda vários agravantes,
inclusive falta de equipamentos básicos, como lanternas (não existe uma,
sequer), para o caso da falta de energia elétrica, ocasião em que vez por
outras ocorrem tentativas de fuga. Não existem também aparelhos de raio X,
luvas e outros itens necessários. “Se for
para conter algum motim não existe bala de borracha ou spray de pimenta para
realizarmos nosso trabalho. E tem mais: a lei diz que para fazer uma escolta
tem que ter 2 agentes por presos e nós não temos pessoal para isso”,
destacou André Seixas.
Segundo ele, é a falta de equipamentos que faz com
que sejam incompletas as vistorias que ocorrem quando das visitas aos presos e
por isso entram celulares, maconha e outras drogas, que são levadas nas partes
íntimas por alguns de seus familiares. “A
Penitenciária está localizada na área urbana da cidade. E há presos que
transitam pela área externa do presídio. Pessoas que estão fora do muro
costumam jogar celulares, drogas… e por que não uma arma? Isso nos deixa
intranquilos”, destaca o agente, lembrando que sempre que há fuga o preso
vai passar pelo quintal de uma das famílias que residem no entorno da
Penitenciária, podendo tomar alguém como refém.
André Seixas, que é único represente em Parnaíba
do Sindicato dos Policiais Civis, Penitenciários e Servidores da
Secretaria da Justiça e da Cidadania do Estado do Piauí – SINPOLJUSPI,
afirma que tudo passa pela falta de investimentos, porque “a Secretaria de Justiça do Estado não tem planejamento”.
“Desde 2008
que falam na construção de um presídio de segurança máxima em Parnaíba. A Prefeitura
doou um terreno, mas nem sabemos em que pé está a situação. Seria um presídio
dentro do que manda a lei, porque a Penitenciária Mista é a adaptação de um
Mercado Público que existia na cidade. A nova construção, que resolveria
a situação, seria a 10 quilômetros na saída da cidade. Dizem que o
dinheiro veio, mas não se sabe o que foi feito”, narra André. Ele defende
que se entidades como a OAB tivessem uma atuação mais direta na busca da
solução dos problemas do sistema carcerário do Estado, seria encontrada uma saída
para algumas dificuldades.
Edição do Jornal da Parnaíba | |Por
Bernardo Silva/Tribuna Popular
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