Moradores e turistas já tem uma nova opção cultural
exposta desde a última sexta-feira (18) no Casarão Simplício Dias, em Parnaíba.
Um acervo cultural sobre a trajetória de vida e obras do jurista parnaibano,
Evandro Lins e Silva, foi lançado na data de seu nascimento entre convidados,
autoridades e a neta do homenageado, Flávia Lins e Silva.
A Mostra nacional foi produzida por Daniela
Kallman, com o apoio da Academia Brasileira de Letras (ABL) no Rio de Janeiro,
onde já foi inicialmente exposta, e da Associação dos Magistrados do Brasil
(AMB), em atendimento ao pedido do prefeito Florentino Neto.
A exposição interativa reúne relíquias pessoais da
família, como fotos, recorte de jornais, objetos pessoais e condecorações, além
de um amplo material áudio visual composto por um documentário produzido por
Flávia Lins e Silva, entrevistas e participações em eventos.
O local disponibiliza duas salas de cinema com
cinco opções de vídeo e recursos tecnológicos que podem ser acompanhados pelo
visitante através de fones de ouvido individuais.
Ao jurista que pregava a liberdade e defendeu
incansavelmente presos políticos na época da ditadura em que foi cassado como
Ministro do Supremo Tribunal Federal, foi construída uma mini cadeia para que o
visitante possa sentir e ouvir frases ditas por Evandro Lins e Silva. O mesmo
recurso é disponibilizado juntamente ao busto (estátua), cópia original que
será cedida a cidade após o término da exposição. O arquivo também reúne
livros e peças que identificam todo o passado profissional, histórico e
trajetória de vida e família.
Durante a solenidade de abertura da mostra, o
prefeito Florentino Neto anunciou o projeto de resgate e tombamento da casa
onde nasceu Evandro Lins e Silva localizada no bairro de Ilha de Santa Isabel,
local em que será instalado um memorial e busto do ilustre parnaibano.
A mostra ficará aberta a visitação no Casarão
Simplício Dias da Silva, localizado na Avenida Presidente Vargas, por tempo
indeterminado, no horário de 8h30 às 12h e das14h às 17h, de segunda a sábado.
Evandro Lins
e Silva
1912 – 2012
Trajetória
marcada pela genialidade
Evandro Lins e Silva, sempre regeu sua vida sob o
signo do humanismo. Daí o prazer em dizer: “Eu tenho o vício da defesa da
liberdade”.
Falecido em 2002, o jurista e escritor, nascido em
Parnaíba, militou durante 70 anos nos tribunais. Era ainda jovem no final da
década de 1920 quando começou a trabalhar como revisor em jornais cariocas,
assinando matérias com o pseudônimo de Lobão.
A carreira de Evandro como advogado criminalista
floresceu no Rio de Janeiro, onde se formou na faculdade Nacional de Direito.
Da década de 1930 até meados de 1960, atuou em
sociedade com os irmãos Raul e Haroldo. Em seguida foi para a vida pública,
primeiro, como Procurador Geral da República, seguindo-se a Chefia da Casa
Civil, e o Ministério das Relações Exteriores, no governo de João Goulart.
Nomeado Ministro do STF, concedeu “habeas corpus” que desagradaram aos
militares. Como punição, foi cassado.
Da longa experiência como criminalista, escreveu o
livro “A defesa tem a palavra”, junto com outros títulos, como “ O salão dos
passos perdidos” e “Arca de Guardados”. Amante dos livros, aceitou ser o quinto
ocupante da cadeira 1 de Academia Brasileira de Letras(ABL).
Em 1992, foi um dos juristas que redigiu o pedido
de impeachment do então Presidente Fernando Collor de Mello.
Em 2000, aos 88 anos, antes de receber o título de
“O Criminalista do Século”, quebrou o juramento de não mais exercer a
advocacia. Vestiu a beca para defender o então líder do Movimento dos
Trabalhadores Sem Terra(MST), José Rainha Júnior, acusado de homicídio e
condenado a 26 anos de prisão. Evandro Lins e Silva conseguiu a absolvição do
réu, em um segundo momento, fechando com chave de outro uma trajetória marcada
pelo amor ao ofício e ás causas humanísticas.
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