segunda-feira, novembro 04, 2013

Corpo do detento encontrado morto na Penitenciária de Parnaíba só foi removido pelo IML agora à noite

O carro tumba do IML deixou o presídio levando o corpo de
Fabrício por volta das 18h30min
Somente por volta das 18h30min desta segunda-feira (04), após decorridos 8h30min do momento em que o corpo do detento Fabrício Santos da Silva, de 23 anos, foi encontrado morto na cela 53 da ala 04 Penitenciária Mista de Parnaíba Juiz Fontes Ibiapina, é que o cadáver foi removido por uma equipe do Posto Avançado do Instituto Médico Legal de Parnaíba.

Esta demora foi justificada pelo fato de ter que aguardar a vinda da perícia criminal de Teresina, que só chegou ao local no final da tarde. A família do presidiário se encontrava na portaria do presídio solicitando a liberação do corpo, mas não foi atendida por questões legais.

Mensagem encontrada na cela onde Fabrício foi encontrado
morto nesta segunda-feira
Há indícios de que Fabrício tenha sido assassinado por outros presidiários rivais e o crime teria sido cometido no horário do banho de sol. As suspeitas aumentaram depois que a cela foi periciara e encontrada uma mensagem escrita na parede: “A lingua condenar, e as mãos mata”. A morte do detento foi registrada em boletim de ocorrência na delegacia do 1º DP. Fabrício foi preso no último dia 17/09, como acusado de tráfico de drogas. Os peritos que vieram de Teresina fizeram o levantamento da ocorrência e em seguida liberaram o corpo para o IML fazer a remoção, já no início dessa noite.

Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), Wellington Rodrigues, o preso já havia reclamado que vinha sofrendo ameaças e teria pedido para ser removido de cela. “O preso disse que não queria ficar lá. Quando os agentes foram pegar a chave para abrir a cela, outros presos arrebentaram o cadeado e o atacaram”, explicou.

Fabrício dos Santos e Silva na Central de Flagrantes
de Parnaíba no dia 17 de setembro deste ano
Ao adentrarem na cela, os agentes encontraram Fabrício enforcado. Os policiais não acreditam na hipótese de suicídio, já que o preso havia se queixado de ameaças.

O assassinato aconteceu na Ala-04, cela-53. Os agentes ainda não identificaram seriam os autores do crime, já que nenhum detento encontrava-se próximo ao corpo.

Para Wellington Rodrigues, essa atitude é uma resposta pela superlotação na Penitenciária. “Os próprios detentos não aguentam a quantidade de presos em cada cela. Eles simplesmente escolhem uma vítima e eliminam. É preciso que o número de vagas aumente, ou isso vai continuar acontecendo”, pontuou o sindicalista.

Matérias relacionadas:

André Seixas explicou ainda que a Penitenciária Mista de Parnaíba já está além da sua capacidade total de presos. Atualmente existem 343 detentos, enquanto que a quantidade deveria ser 136.

Na noite do último sábado (02) quatro detentos furaram um buraco em uma das celas e escaparam. Eles usaram barras de ferro para escavar as paredes. Até o momento nenhum dos presos foi recapturado.


Jornal da Parnaíba | Por José Wilson | Fotos do Portal do Catita

Nenhum comentário: