O carro tumba do IML deixou o presídio levando o corpo de Fabrício por volta das 18h30min |
Somente por volta das 18h30min desta segunda-feira
(04), após decorridos 8h30min do momento em que o corpo do detento Fabrício
Santos da Silva, de 23 anos, foi encontrado morto na cela 53 da ala 04 Penitenciária
Mista de Parnaíba Juiz Fontes Ibiapina, é que o cadáver foi removido por uma
equipe do Posto Avançado do Instituto Médico Legal de Parnaíba.
Esta demora foi justificada pelo fato de ter que aguardar
a vinda da perícia criminal de Teresina, que só chegou ao local no final da
tarde. A família do presidiário se encontrava na portaria do presídio
solicitando a liberação do corpo, mas não foi atendida por questões legais.
Mensagem encontrada na cela onde Fabrício foi encontrado morto nesta segunda-feira |
Há indícios de que Fabrício tenha sido assassinado
por outros presidiários rivais e o crime teria sido cometido no horário do
banho de sol. As suspeitas aumentaram depois que a cela foi periciara e
encontrada uma mensagem escrita na parede: “A lingua condenar, e as mãos mata”.
A morte do detento foi registrada em boletim de ocorrência na delegacia do 1º
DP. Fabrício foi preso no último dia 17/09, como acusado de tráfico de drogas.
Os peritos que vieram de Teresina fizeram o levantamento da ocorrência e em
seguida liberaram o corpo para o IML fazer a remoção, já no início dessa noite.
Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Agentes
Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), Wellington Rodrigues, o preso já havia
reclamado que vinha sofrendo ameaças e teria pedido para ser removido de cela. “O preso disse que não queria ficar lá.
Quando os agentes foram pegar a chave para abrir a cela, outros presos
arrebentaram o cadeado e o atacaram”, explicou.
Fabrício dos Santos e Silva na Central de Flagrantes de Parnaíba no dia 17 de setembro deste ano |
Ao adentrarem na cela, os agentes encontraram
Fabrício enforcado. Os policiais não acreditam na hipótese de suicídio, já que
o preso havia se queixado de ameaças.
O assassinato aconteceu na Ala-04, cela-53. Os
agentes ainda não identificaram seriam os autores do crime, já que nenhum
detento encontrava-se próximo ao corpo.
Para Wellington Rodrigues, essa atitude é uma
resposta pela superlotação na Penitenciária. “Os próprios detentos não aguentam a quantidade de presos em cada cela.
Eles simplesmente escolhem uma vítima e eliminam. É preciso que o número de
vagas aumente, ou isso vai continuar acontecendo”, pontuou o sindicalista.
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André Seixas explicou ainda que a Penitenciária
Mista de Parnaíba já está além da sua capacidade total de presos. Atualmente
existem 343 detentos, enquanto que a quantidade deveria ser 136.
Na noite do último sábado (02) quatro detentos
furaram um buraco em uma das celas e escaparam. Eles usaram barras de ferro
para escavar as paredes. Até o momento nenhum dos presos foi recapturado.
Jornal da
Parnaíba | Por José Wilson | Fotos do Portal do Catita
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