Uma investigação por órgão policial faz parte do
Estado Democrático de Direito. Se alguém estiver errado que pague; se não
estiver que haja desculpas públicas pelo que foi imputado. Quanto à solicitação
de 20 médicos do programa "Mais Médicos" para o Hospital Estadual
Dirceu Arcoverde – HEDA, em Parnaíba, vemos alguns problemas que passamos a
enumerá-los:
1. Este
programa foi criado para suprir necessidades na atenção básica de saúde e sob
hipótese alguma em hospitais terciários (são aqueles que têm UTI, equipe de
cirurgia geral, ortopedia, anestesia, neonatologia, etc.) e estes são diferentes
pois exigem grande especialização e uma maior certeza de formação, que não é o
caso, pois os CRMs não podem sequer checar a autenticidade dos documentos,
senão vejamos: se um médico tem um diploma da Rússia, este está escrito em
russo e deve ser nomeado alguém, brasileiro, como tradutor juramentado,
respondendo por eventuais erros e esses diplomas não estão passando por isso;
só para dar exemplos, são atenção básica as unidades de PSF dos bairros e
algumas Unidades de Saúde como a de Luís Correia, por exemplo, o HEDA não é, é
hospital terciário.
3. Acho
que isso funcionaria melhor, se o Ministério Público instasse os gestores de
saúde a solicitar os profissionais (para a atenção básica e não para hospitais
terciários) porque quem faz a gestão de saúde é o Poder executivo e a esse cabe
tal solicitação, pelo que entendemos que não há legitimação do Ministério
Público para tal, pois estaria entrando no "Poder discricionário" do
executivo, que vê quanto pode pagar, quando, é submetido à Lei de Responsabilidade
Fiscal, etc.
4. A medida provisória prevê que haja tutores
para os médicos intercambistas, ou seja, os que estão vindos com registro
provisório, tais como cubanos, etc. Os chamados médicos participantes não
precisam disto, como os que fizeram o exame "Revalida"; e onde vão
achar esses médicos tutores? A não ser que os do HEDA aceitem serem tutores, o
que acho que não vai ocorrer. E mesmo assim, repito, não poderiam trabalhar lá,
conforme a Medida Provisória, pois é hospital terciário e não atenção básica.
Além disso, ao contrário do que têm sido pregado, os cubanos usam carros da
década de 30, seus equipamentos são obsoletos, por absoluta falência do regime
comunista e não têm equipamentos de ponta, ou seja, fala-se que são bons em
atenção básica, mas UTIs, Prontos-socorros, é outra história. Abaixo, trechos
da MP 621 do mais médicos que afirma o que acima citei: "Art. 1º - Fica
instituído o Programa Mais Médicos, com a finalidade de formar recursos humanos
na área médica para o Sistema Único de Saúde - SUS e com os seguintes objetivos:
(...) II - fortalecer a prestação de serviços na atenção básica em saúde no
País; (...) Art. 2º - Para consecução dos objetivos do Programa Mais Médicos,
serão adotadas, entre outras, as seguintes ações: (...) III - promoção, nas
regiões prioritárias do SUS, de aperfeiçoamento de médicos na área de atenção
básica em saúde, mediante integração ensino-serviço, inclusive por meio de
intercâmbio internacional. (...) Art. 9º - Integram o Projeto Mais Médicos para
o Brasil: (...) II - o supervisor, profissional médico responsável pela
supervisão profissional contínua e permanente do médico; e III - o tutor
acadêmico, docente médico que será responsável pela orientação acadêmica”.
Edição do Jornal da
Parnaíba | Autor preferiu ficar no anonimato
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