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| Ex-coronel José Viriato Correia Lima |
Foi adiada mais uma vez o julgamento do
ex-coronel José Viriato Correia Lima, acusado de matar o policial civil Leandro
Safanelli. O crime aconteceu dia 09 de Agosto de 1987 em Parnaíba. Correia Lima cumpre pena na Penitenciária Mista de Parnaíba
Juiz Fontes Ibiapina.
O motivo do adiamento é que o advogado do Correia Lima renunciou a defesa do réu. O juiz da 2° vara criminal de Parnaíba deu um prazo de cinco dias para Correia Lima nomear um novo advogado. Se ele não nomear, o juiz convocará um defensor público. O julgamento seria amanhã e agora vai para o final do mês. (
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Correia Lima
Histórico do Ex-coronel:
Nascido no interior do Ceará ingressou na
Polícia Militar e logo se envolveu em atividades criminosas no estado vizinho,
o Piauí. Em 1979, com 27 anos, já chefiava o crime organizado no Estado,
estendendo, nos vinte anos seguintes, sua influência junto a políticos,
policiais, empresários, juízes e promotores públicos. Mesmo depois de
reformado, continuou a desfrutar de enorme poder e comandava de fato a Polícia
Militar. Teve estreitas ligações com dois governadores – Alberto Silva e
Francisco de Assis de Moraes Souza, o Mão Santa – embora não tenha sido apurado
o envolvimento destes nos crimes de Correia Lima.
O
grande filão da quadrilha comandada por Correia Lima surgiu com a municipalização
das despesas federais com saúde e educação, o que carreou grande quantidade de
verbas públicas para municípios do Piauí, Valendo-se de empresas de fachada,
que emitiam notas frias relativas a despesas falsas de fornecimentos e
serviços, a quadrilha desviou pelo menos cem milhões de reais, que se
destinavam à compra de merenda escolar e a serviços comunitários, de 40
prefeituras do Piauí. Todo esse dinheiro era arrecadado por uma empresa de
cobrança de propriedade de Correia Lima. A quadrilha também atuava nos Estados
do Maranhão e do Ceará.
Os
prefeitos que se negassem a participar do esquema eram pressionados e, se
resistissem, seriam assassinados. Nove
tiveram esse destino. Num período de dez anos. Chegou a ser criada no Piauí uma
inusitada União das Viúvas de Prefeitos Assassinados, entidade criada para
denunciar o descaso do Poder Judiciário piauiense em solucionar os processos
referentes a esses homicídios.
Em
1997, o promotor público Afonso Gil Castelo Branco denunciou a existência de
uma máfia, formada por policiais civis e militares, que agia em seu Estado.
Nessa época, ele investigou 61 policiais de Teresina por crimes como abuso de
autoridade, lesão corporal e homicídio. Durante os interrogatórios, descobriu
que boa parte dos acusados trabalhava para o escritório do coronel Correia
Lima. Denunciou 25 policiais à Justiça, mas apenas um foi condenado. Ameaçado
de morte, Castelo Branco passou a viver recluso e andar armado.
As
denúncias do promotor só foram adiante em 1999 quando o crime organizado passou
a ser objeto de atenção de uma Comissão Parlamentar de Inquérito do Congresso
Nacional e as investigações passaram a ser orientadas pela Polícia Federal. A
PF grampeou uma dúzia de telefones dos principais suspeitos de integrar o crime
organizado no Estado. E obteve 700 horas de gravação, registradas em 350 fitas
que, somadas, contêm 2.500 conversas.
Foram
reunidas provas que indicavam a ocorrência de pelo menos dez assassinatos
cometidos pela quadrilha. Uma das vítimas, o policial civil Leandro Bernardi,
era o namorado da filha do coronel. Outra, Arias Costa Filho, era o delegado de
polícia que investigava o caso. Uma terceira foi assassinada porque ameaçou
denunciar a quadrilha. E, em pelo menos dois casos, os mortos, um motorista e
um caseiro de Correia Lima, tinham seguro de vida, feitos pelo próprio coronel,
cujos beneficiados eram sua mulher e sua filha.
O então governador Mão Santa Solicitou a prisão
administrativa de Correia Lima que seguida foi preso e recolhido a um quartel
da Polícia Militar. Junto com ele foram detidos o delegado de polícia José
Wilson Torres, ex-presidente da Associação dos Delegados da Polícia Civil, o
irmão do coronel, Augusto Correia Lima, um empresário e três soldados da PM. Os
irmãos Valdílio e Odival Falcão. respectivamente comandante da PM e chefe da
Casa Militar do governador Mão Santa, foram afastados de seus cargos, por
suspeita de envolvimento com a quadrilha.
Mesmo
na prisão, o coronel continuou no comando de sua quadrilha, pois dispunha de
celulares e recebia visitas livremente. Chegou a ordenar assaltos a bancos e o
espancamento de um jornalista que o criticava. Por causa disso, esteve durante
algum tempo preso no Maranhão.
Julgado
e condenado por alguns de seus crimes, em 2007 cumpre pena de 23 anos e 9 meses
num quartel da PM do Piauí. Para que pudesse ser transferido para uma
penitenciária, o Ministério Público estadual entrou com processo para que
Correia Lima perca sua patente de coronel. Atualmente encontra-se preso na
Penitenciária Mista Juiz Fontes Ibiapiana em Parnaíba.
Da redação do Jornal da
Parnaíba
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circunvizinhas

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