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| Francisco das Chagas Veras Neves, conhecido pelo alcunha de "Balula" |
Vivenciávamos o ano de 1963, quando ainda servindo
o exército no Tiro de Guerra nº 200, fui oportunizado pelo amigo do meu
pai Ição, o Sr. Antonio João Ribeiro, Gerente da empresa Estabelecimentos James
Frederick Clark S/A, a trabalhar naquele conceituado empreendimento comercial.
Após o início no setor Despachos de Mercadorias, fui deslocado para
a Contabilidade, onde prestavam serviços, destacados contabilistas entre eles Francisco
das Chagas Veras Neves, conhecido pelo alcunha de Balula. Nossa amizade perdurou
em vida até ontem, 08 10 de junho deste ano 2012, e ela foi entrelaçada a
partir de nosso gosto pelas artes literárias, musicais e também
boêmias, incluindo aí muitas noites vadias e muitos copos quebrados quando
o mesmo recitava o poema EULÁLIA. Outrossim, a nossa descendência da família
Veras, cuja história no Maranhão, Piauí e Ceará teve o seu início em
03/03/1660, quando partiram do Maranhão em visita à missão da Ibiapaba, os
jesuítas Pe. Antonio Vieira e Gonçalo Veras, acompanhados do tapuia Jorge
Ticuna, filho do chefe Algodão, que havia retornado da viagem a Portugal para
agradecer a El Rei, a presença da missão jesuíta na serra da Ibiapaba. Assim,
oficialmente, o Pe. Gonçalo Veras foi o primeiro membro da família Veras, a
estar nos Estados do Maranhão, Piauí e Ceará.
A ligação da família Veras com a região da
Parnaíba, já existia na primeira metade do século XVIII, fato comprovado pela cumplicidade
do abastado fazendeiro cearense Domingos Ferreira de Veras com nativos
tremembés ainda moradores no litoral piauiense, conforme atesta o registro
de batismo a seguir, transcrito do Liv. Missão Velha, 1740/1747, fl. 119v: “Aos oito dias de
abril de mil setecentos e quarenta e três, na Faz. Tiaya, em casa do Cel.
Domingos Ferreira de Veras, bautizei a Vicente, filho de Vicente e sua mulher
de nação Tremembé, e lhes pus os Santos óleos. Item no mesmo dia bautizei a
Quitéria da nação Tremembé. Todos estes tapuias assima ditos são do rancho do
tapuia velho chamado Machado que há muitos annos vivem sobre si e assistem
entre a barra do rio Timonha e a barra do rio Camoripim junto a beira do mar,
pertencentes a aldeia do Aracati Mirim, cita nesta freguezia de Nossa Senhora
da Conceição do Acaracu. Pe. Lourenço Gomes Lelou, cura e vigº da Vara do
Acaracu”.
Efetivamente, a presença da família Veras em
Parnaíba, deu-se através de Diogo Alvares Ferreira de Veras (Diogo Alves
Ferreira) e Antonio Alvares Ferreira de Veras , onde os mesmos tiveram fortes
influência financeiras. O primeiro estabelecido em 1762, no lugar Frecheiras, foi
a pessoa mais influente na instalação da Villa de São João da Parnahiba, onde
existia a igrejinha de Nossa Senhora de Monte Serrate, eregida em 1711, pois o
mesmo, era dono de um dos seis armazens de salga de carne existentes
no lugar “Cítio dos Barcos” na beira do rio Igaraçu, enquanto o segundo foi
juntamente com Domingos Dias da Silva, José Gonçalves da Silva e Bento
Gonçalves da Silva, arrendatário do Dízimo na Província, no período
de 1788 a 1790 .
Os clãs Veras, Fontenele e “Galinha
D’agua”, oriundos do Ceará, formam os maiores núcleos familiares em
Parnaíba.
Por: Vicente de Paula Araújo Silva
Edição: Jornal da Parnaíba

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