Uma primeira falácia, bastante difundida em tempos
de desespero coletivo, desespero real (a sociedade vive com medo – Folha de S.
Paulo de 01.05.13, p. 1) e, ao mesmo tempo, imaginário (por força da influência
midiática), é a seguinte: diferentemente do que muitos andam noticiando
(equivocadamente), a maioria absoluta dos países preveem a responsabilidade
penal do adulto a partir dos 18 anos. No que diz respeito à responsabilidade
penal do jovem, a maioria dos países adotam a idade de 12, 13 ou 14 anos. Veja
a tabela abaixo, feita pelo Ministério Público do Paraná:
A responsabilidade “penal” do jovem, no Brasil,
começa aos 12 anos. Reduzir a idade da maioridade penal (18 anos) para 16 anos
significa equiparar um jovem ao adulto. A irracionalidade da proposta só não é
superior ao desespero da sociedade brasileira, que está exausta de tanta
delinquência e de tanta violência. Seu sentimento de impotência é altíssimo. O
desequilíbrio emocional é patente. Não vendo perspectiva para adotar uma
decisão racional (todas as crianças e adolescentes dentro da escola, dos 6 aos
17 anos, das 8 às 18h), parte-se para o irracional. A sociedade, em regra,
“prefere uma atuação irreflexiva que uma espera sensata” (Dobelli).
Estamos acostumados a chorar tragédias e lutar
muito pouco pelo óbvio, que consiste em tirar todas as crianças e adolescentes
das ruas, colocando-os nas escolas. Se você prefere usar o hoje para
desfrutar do consumismo, use o amanhã para refletir e agir para que possamos
construir um Brasil forte e maduro.
Se já contássemos com maioridade social, cultural,
emocional e racional, seguramente não estaríamos discutindo a menoridade penal.
Não caia no erro lógico da omissão, consolidado
pelo Movimento de Maio de 1968 (na França) numa belíssima frase que dizia: “Se você
não forma parte da solução, é parte do problema”. Se você não voltar seus olhos
para a solução correta dos nossos problemas, você quase que automaticamente
(por ação ou omissão) é parte deles.
Por: LUIZ FLÁVIO GOMES
jornaldaparnaiba.com
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