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Pica-pau-da-parnaíba (Celeus obrieni), desaparecido há mais de 80 anos |
Pesquisadores querem que a espécie e seu principal
habitat, o Cerrado, sejam preservados de forma adequada.
A recente divulgação dos resultados de um estudo
sobre o tamanho da área de vida do pica-pau-da-parnaíba (Celeus obrieni),
realizada em 2011 com apoio da Fundação Grupo Boticário, é motivo de
preocupação para os pesquisadores. A partir da análise dos resultados, os
especialistas resolveram propor a inclusão da ave na "Lista Vermelha das
Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção".
Atualmente a espécie é considerada ameaçada apenas
em nível global, pela União Internacional para a Conservação da Natureza
(UICN), não constando em nenhuma lista nacional. O grupo também está elaborando
um plano de ação com as indicações das áreas prioritárias para a conservação
desta ave.
Na época, o reencontro da ave, que muitos
acreditavam estar extinta, chamou a atenção de um grupo de pesquisadores da Fundação de Apoio Científico e Tecnológico
do Tocantins. O interesse logo se transformou em um projeto de conservação
da espécie. Em 2007, com apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à
Natureza, o grupo começou a estudar a biologia e a ecologia da ave para propor
estratégias de conservação.
Os focos desses estudos iniciais foram a dieta do
animal, que inclui exclusivamente formigas, e o seu habitat, formado por
bambuzais do Cerrado, diga-se, o segundo bioma mais ameaçado do Brasil. Após
essas definições, o projeto entrou em sua segunda fase, a partir de 2011.
Nessa nova fase, os profissionais trabalharam para
descobrir o tamanho da área de vida do pica-pau-da-parnaíba. A implantação de
radiotransmissores e anilhas colocadas em seis indivíduos da espécie permitiu o
monitoramento das aves para descobrir as distâncias que elas percorriam, bem
como os locais pelos quais passavam.
O responsável técnico pelo projeto, Renato Torres
Pinheiro, explica que a degradação do Cerrado, principalmente em virtude de
atividades agrícolas e agropecuárias, prejudica radicalmente a conservação da
ave. “O estudo mostrou que as áreas transformadas, sem vegetação nativa, servem
de barreira à espécie. Muitos indivíduos vivem em pequenos fragmentos de
vegetação natural e acabam ficando isolados nessas áreas. Esse isolamento faz
com que o pica-pau-da-parnaíba corra grande risco de desaparecimento”, analisa.
Os resultados obtidos, segundo os pesquisadores,
são preocupantes e os especialistas irão propor a inclusão da ave na
"Lista Vermelha das Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção".
Segundo eles, é inadmissível que a espécie seja considerada ameaçada apenas em
nível global, pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), e
não conste em nenhuma lista nacional.
Jornal da Parnaíba com informações da Fundação
Boticário
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