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Mizael Bispo de Sousa, acusado de ser o assassino de
Mércia Mikie Nakashima
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Direito de perguntar
Por que os
defensores indicaram um policial e um perito, com fortes incriminações contra o
réu, para serem ouvidos como testemunhas de defesa no plenário do júri? Não se
trataria de um ato suicida? Dois motivos para entender isso: (a) são
incontáveis os indícios contra Mizael, cuja situação processual, até aqui, é
totalmente desfavorável, e (b) a sua radical tese defensiva, negativa de
autoria, que significa ganhar ou perder tudo.
A terra encontrada
no sapato do acusado era compatível com a da represa de Nazaré Paulista, onde
foram encontrados o carro e o corpo da vítima Mércia? O perito antes afirmou
que sim e ontem disse não. Foi preservado o veículo achado para o efeito da
perícia? O mesmo perito disse não. O rastreador revelou que o carro de Mizael ficou
parado num hospital; o laudo, no entanto, diz que o ele estava em movimento (4
km/h). Quem examinou os registros das antenas dos celulares? Um policial
experiente, mas sem formação acadêmica ou científica na área (disse a defesa).
Leia também: Caso Mizael/Mércia: culpado ou inocente?
São essas, dentre
outras, as contradições, imprecisões e omissões que servirão de base à
defesa para plantar dúvidas nas cabeças dos jurados, que estão formulando
muitos questionamentos para as testemunhas e os peritos. O leitor e o
telespectador (o julgamento está sendo transmitido ao vivo) talvez agora
entenda a razão das incontáveis e esgotantes perguntas que os defensores estão
formulando. É só o que lhes resta, diante de tantos indícios incriminatórios
contra Mizael, que no seu interrogatório tem a última chance de convencer os
jurados de sua inocência.
LUIZ FLÁVIO
GOMES, jurista e diretor-presidente do Instituto
Avante Brasil. Estou no blogdolfg.com.br
Jornal da Parnaíba
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