Em termos mundiais o Brasil ocupa o 7° lugar entre
os países que possuem o maior número de mulheres mortas, num universo de 84
países (Mapa da Violência, 2012). Na frente do Brasil estão: El Salvador,
Trinidad y Tobago, Guatemala, Rússia, Colômbia e Belize. Os países
economicamente fortes e educados ocupam as últimas posições. Brasil e Rússia,
dos dez países mais ricos do mundo, são os únicos que estão no Top 7. Uma
vergonha para os dois.
Se os países avançados e com boa educação ocupam as
últimas posições, isso constitui um sinal evidente de que a educação tem tudo a
ver com a questão da violência de gênero. Não basta que o país seja apenas
economicamente forte. Ser rico não basta. Alguém pode ser rico, mas ignorante. É
preciso ser rico e bem educado para se alterar o quadro de violência contra as
mulheres.
As estatísticas demonstram (Instituto Patrícia
Galvão, por exemplo) que pelo menos 70% dos assassinatos de mulheres são
praticados por maridos ou ex-maridos, namorados ou ex-namorados, noivos ou
ex-noivos, companheiros ou ex-companheiros. Aqui se pode vislumbrar a violência
de gênero, ou seja, o sujeito mata a mulher por razões machistas, por achar que
ela é de sua propriedade.
Muitos homens se comportam frente às mulheres como
o assaltante se posta frente ao assaltado: puro poder fático, que cria uma
situação de subordinação, na base da força. A violência machista é fruto da
ignorância, porque quanto mais evoluído educativamente o país, menos mulheres
morrem.
Espanha é um excelente exemplo disso: menos de 60
mortes por ano com uma população de cerca de 44 milhões de pessoas. A
quantidade de ONGs que defendem as mulheres neste País é impressionante. A
conscientização da população é maior. O ato de agredir uma mulher é cada vez mais
censurado, sobretudo quando se trata de agressão da presença de crianças. Não
existe mudança de cultura que não seja pela educação, que é a solução final
para o problema. Enquanto isso não acontece, devemos lutar pelo aprimoramento
das medidas protetivas da lei, pela assistência à mulher maltratada, pela
eficácia das sanções etc.
Autor: LUIZ FLÁVIO GOMES (@professorLFG)*
*LFG – Jurista e professor. Fundador da Rede de
Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto Avante Brasil e coeditor do atualidadesdodireito.com.br.
Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado
(1999 a 2001). Siga-me: www . professorlfg . com . br .
Edição: José Wilson Albuquerque Santos Júnior – Bacharel
em Direito pela UESPI
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