“A educação faz com que as pessoas sejam fáceis de
guiar, mas difíceis de arrastar; fáceis de governar, mas impossíveis de
escravizar”. Henry Peter
No dicionário, escravidão (denominada também
escravismo, esclavagismo e escravatura) é a prática social em que um ser humano
assume direitos de propriedade sobre o outro, designado por escravo, ao qual é
imposta tal condição por meio da força.
Como se poderia definir o trabalho escravo? Seria aquele
em que o ser humano é visivelmente explorado pelo patrão, até a morte, visando
lucro? Será que é aquele que se impõe ao coitado do trabalhador, tapeado pelos
sorrisos, promessas, elogios, vales, destaques, bônus e a remuneração aviltante
registrada na carteira de trabalho?
Aí vem a questão: o salário mínimo não seria a
institucionalização da escravidão? Claro que ele dá direito à aposentadoria,
jamais compatível com aquilo que o trabalhador investiu. Dá direito ainda aos
postos médicos - sem médicos; às escolas - faltando professores; à segurança -
com muita bala perdida. Há outros direitos: direito de ficar na fila esperando
dez horas peloatendimento médico; direito de ficar na fila do transplante á
espera do coração, do rim; enfim, porque o trabalhador de salário mínimo,
geralmente, não só espera, ele é o maior fornecedor de tudo isto.
O que seria escravidão? Um professor ser obrigado a
trabalhar em três escolas, pagar as passagens, cursar faculdades caríssimas,
tentar se vestir com dignidade e chegar ao trabalho com um largo sorriso, um
vidro já vazio de novalgina no bolso, levando esperança às crianças
brasileiras? Ser obrigado a mentir todo dia e ensinar que tudo vai melhorar? O
salário? Vá conferir a luta do professor para ganhar aquilo que ainda não é o
mínimo estabelecido por lei para a sobrevivência… isso é escravidão?
Seria escravidão beber o coquetel que a mídia
despeja goela abaixo da sociedade, ininterruptamente, com o gosto amargo de
notícias selecionadas de tudo o que acontece de ruim, com o objetivo de manter
o viciado freguês? Quando se escuta uma avaliação fajuta, uma estatística
inventada, um resultado falso, uma opinião comprada, um acordo em desacordo com
tudo o que é digno, e sabe-se que isso interfere em todas as decisões do “informado”
povo. Eleição fica sendo um sequestro com reféns? Será isto escravidão?
Ou seria escravidão, você olhar o painel de
candidatos a um cargo político e ver sempre os mesmos rostos, nomes e fichas
nada limpas, surfando por cima da onda gigante dos múltiplos analfabetismos? Ou
talvez, escravidão seria, você ficar preso no mesmo curral eleitoral,
adulado na fome e se contentar como um lázaro moderno, comendo as migalhas
que caem da mesa do rei?
Então escravizar significa: dominar; impor;
subjugar; desvalorizar; restringir; verbos super conhecidos da gramática da
maioria, sem nomear classes sociais, porque todos padecem de algum tipo de
escravidão, mas a pior delas, a que mais tortura é aquela que impõe ao ser
humano a ganância. A ganância dói muito, porque exige uma reposição hormônio-financeira que
torna o usuário dependente de mais golpes, mais falcatruas, mais falsidades
ideológicas, mais estatísticas mentirosas, mais e mais…
Jesus ensinou tudo sobre a liberdade!
Ivone Boechat para o Jornal da Parnaíba
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