terça-feira, maio 08, 2012

Problemas no licenciamento travam eólica da Tractebel no litoral do Piauí


Usina é uma dos cinco projetos em desenvolvimento voltados para o mercado livre.

A Tractebel Energia está tentando destravar o licenciamento do parque eólico Porto do Delta, localizado no litoral do Piauí. A usina é um dos cinco projetos, outros quatro estão em construção no Ceará, voltados para o mercado livre. O projeto está localizado ao lado de outro parque eólico, o Pedra do Sal, já em operação. "Estamos tentando ter a viabilidade ainda em 2012", observou Antonio Previtali Junior, gerente de Relações com Investidores da empresa, em teleconferência com analistas, nesta segunda-feira, 7 de maio. Ele lembrou que o problema limita a expansão da fonte no portfólio da companhia.

Se conseguir o licenciamento ainda este ano, a Tractebel prevê a operacionalização do Porto do Delta, com 30 MW, entre 2013 e 2014. O parque terá um investimento de R$ 136 milhões e contará com 13 aerogeradores da Siemens. A empresa está investindo outros R$ 490 milhões no complexo eólico Trairi, com 115,4 MW, no Ceará, que terá 50 aerogeradores também da Siemens.

Previtali disse que os parques já contam com contratos firmados, com periodicidade de dois a seis anos, com consumidores especiais, aqueles com carga entre 0,5 MW e 3 MW, que podem comprar de fontes incentivadas, como eólica, PCH e biomassa. O executivo disse que os projetos estavam na carteira da empresa por "vários anos", mas não foram viabilizados em leilões de energia nova, pois não tiveram competitividade frente a outros empreendedores "por falta de agressividade" ou pela empresa ser "conservadora".

Previtali chamou a atenção para a dificuldade em fechar o financiamento dos parques com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. "Ainda há uma resistência no BNDES à exposição ao mercado livre", observou o executivo. A comercializadora da Tractebel teve que entrar nas negociações mostrando contratos com clientes livres. "Não é uma estrutura simples. Não é qualquer developer eólico que consegue fazer", frisou.

Edição: Jornal da Parnaíba | Por Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, Meio Ambiente

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