Maranhão |
Sempre em nossas vidas cometemos erros incríveis, principalmente
em se tratando de fisionomia, quem não já ouviu falar que mataram uma pessoa
pensando que era outra? É verdade, isso já aconteceu várias vezes e com muitas
pessoas.
Diante desse fato irei falar de um engano que
aconteceu em minha vida e que se tornou tão delicioso e irá ser para o resto de
minha vida. Como alguns que me conhecem sabem que eu gosto muito de jogar bola, pelada, enfim onde
tem jogo estou no meio, e é claro que não poderia ser diferente buscar ou fazer
novas amizades. Então fui eu treinar a convite de um outro amigo chamado Mudo,
funcionário da Cepisa. Chegando lá ouvi falar muito de um nome em comum,
Maranhão. Esse nome rolava de um lado para o outro, de que era bom de bola,
passava a bola com uma facilidade tremenda. Minha curiosidade ficou aguçada e
imaginei esse tal Maranhão um homem moreno, baixo e marrentinho, pois ali tinha
uma pessoa com esse perfil, a partir desse dia conheci o Maranhão, só que
nunca troquei uma palavra sequer com
ele.
Matéria relacionada: Didi Maranhão, ex-atleta do Parnahyba, morre no gramado durante jogo no Verdinho
Passaram se os anos e em um belo dia no racha do
Ùnião Esporte Clube, que acontece todas as segundas e quintas-feira no Verdinho, apareceu um senhor baixo, branco,
com chuteiras na mão e com o nome de Maranhão. Até ai as coincidências não
batiam tudo bem. Ao final do racha temos a mania de ficar em um local nem
sempre padrão na Avenida São Sebastião tomando as vezes uma coca cola diet,
água mineral e até mesmo os que preferem um cerveja bem gelada. De praxe quem é
iniciante precisa ser batizado, pois não é que o cara que aparecera ali era o
verdadeiro Maranhão da Cepisa, que eu trazia sempre o cara errado comigo. Como
não sou nem um pouco tímido resolvi perguntar
e explicar que sempre tive vontade de conhecê-lo, mas até aquele momento
tinha conhecido outra pessoa. Nesse instante o verdadeiro Maranhão esboçou um
sorriso e duvidou de minha história, mas com o passar do tempo veio acreditar,
pois nos tornamos bons amigos e sempre estávamos trocando ideias sobre tudo em
nossas vidas, de futebol a comida de cachorros.
Com o passar do tempo Maranhão conquistou amizades
de todos no racha, a ponto de elevarmos
nossas brincadeiras sem chateação, claro dentro do respeito merecido e das
risadas inevitáveis. Falo por mim, tínhamos uma brincadeira de chamar um aos
outros de finados, coisa de futebol, que era retrato tão bem dentro de campo
para uma pessoa que estava jogando mal. E outras brincadeiras que não lembro no
momento. O que eu quero repassar para vocês nesse instante é uma falta de
palavra, riso e acima de tudo, saudade daquela batida de ombro que só ele sabia
fazer comigo, principalmente quando descíamos para dentro do campo, as risadas
com quem tinha tirado a ficha branca. Era muito bom tê-lo por perto, a mais
ainda jogar com ele. Pois já contava com uma idade bem maior do que a maioria
que jogam e com um pensamento muito jovial, torcedor fanático do Flamengo era
motivo de piadas quando seu time perdia, mas como todo torcedor virava o jogo
rapidinho. Mas ainda quando saia mais cedo com a desculpa de comprar comida
para seus cães. Eu mesmo começava a sorrir insinuando que ele estava com medo
de sua esposa. Daí ela falava logo, vou por causa dos cães e de um netinho que
ele falava muito.
Cara, sei que hoje não fui ao racha, pois estava
impossibilitado e agradeço muito a Deus nesse momento por não ter visto você
nessa situação desagradável, pois teria sofrido mais ainda .Soube do
acontecimento e fiquei parado, meio bobo, pois jamais imaginei que algo tão
terrível pudesse acontecer a você meu amigo. Mesmo com toda essa situação
fiquei contente por uma coisa, você se foi dentro de um campo de futebol,
fazendo o que mais gosta que era jogar
futebol. Ao chegar ao teu velório encontrei muitos amigos do racha e me
senti muito ruim, pois a tua presença era tão grande e sentida por todos nós.
Cara! Não existem palavras para explicar. Mas sei que por trás de tudo isso
existe a mão de Deus, e a certeza que tudo que é feito por Ele é bem feito.
Falo em nome de todos seus companheiros que estavam contigo hoje e aos que não
estavam, dentre esses a minha pessoa, que não pude ir. Agradeço a Deus por ser
muito generoso comigo em não deixando eu ir ao Verdinho hoje a tarde. Obrigado
meu Deus por tudo e por me mostrar o cara certo. Fica em paz e com Deus meu
amigo. Maranhão do Piaui.
Edição: Jornal da Parnaíba | Por Marivaldo Lima, do
Blog do Pessoa
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