Fernanda Lages e Nayrinha |
Encontrada morta ao amanhecer do dia 25 de agosto
de 20011 no pátio posterior do prédio em acabamento da Procuradoria Geral da
República no Piauí, na Avenida João XXIII, a estudante Fernanda Lages Veras, de
19 anos, foi mesmo assassinada de acordo com conclusão a que chegaram o perito
do Ministério Público do Distrito Federal Antônio Jorge Lunarde e sua equipe,
revelada nos primeiros minutos da madrugada de hoje a este repórter pelo
promotor Eliardo Cabral, que acabara de desembarcar procedente de Brasília ao
lado do seu colega Ubiraci Rocha.
Eliardo Cabral e Ubiraci Rocha, que deixaram Teresina
no inicio da manhã de quinta-feira, discretamente, com destino a Brasília
passaram os últimos dois dias na sede do Ministério Público do Distrito
Federal, recebendo informações sobre a profunda análise feita nas peças
produzidas pela Comissão Investigadora do Crime Organizado (CICO) em torno da
morte de Fernanda na fase em que a investigação esteve sob a responsabilidade
da Polícia Civil.
-Promotor existe uma grande expectativa sobre a
conclusão a que chegaram o perito Lunarde e sua equipe sobre a morte de
Fernanda. O Sr. pode adiantar alguma coisa?
-O que posso adiantar é que Lunarde e sua equipe
descartaram definitivamente a possibilidade de suicídio como nós tínhamos
certeza.
-Foi um longo tempo de análise...
-Três meses de trabalho do Lunarde e de toda a sua
equipe. Estamos muito satisfeitos com o trabalho deles.
O perito Antônio Jorge Lunarde e sua equipe foram
designados pelo Ministério Público do Distrito Federal para prestar assessoria
técnica ao Ministério Público do Piauí depois que a procuradora-geral de
Justiça, Zélia Saraiva, acatando sugestão de Eliardo Cabral e Ubiraci Rocha,
fez solicitação nesse sentido a seu colega de Brasília e foi atendida
prontamente.
Lunarde e Auxiliares estiveram por duas vezes em
Teresina ainda no final do ano passado e decidiram levar para Brasília cópias
do inquérito realizado pela Polícia Civil, para se dedicarem a uma análise de
pelo menos 90 dias, até que chamaram a Brasília os dois promotores para
assistirem a uma exposição da conclusão a que chegaram, a de que Fernanda foi
assassinada.
Reação da
Federal
A expectativa agora deve ser em torno da posição da
Polícia Federal, que certamente terá interesse de conhecer em profundidade a
análise dos peritos do Ministério Público do Distrito Federal sobre as peças
produzidas pela Polícia Civil.
A Polícia Federal em todo momento investigou a
morte de Fernanda Lages procurando desvendar um homicídio, mas nunca descartou
a possibilidade de a garota ter se matado pulando do terraço do prédio que
sediará a Procuradoria Geral da República.
Nos últimos dias, porem, um fato novo provocou uma
movimentação muito grande: a comprovação, através de depoimentos e exames
periciais, de que Fernanda estivera por algum tempo ao lado de uma amiga e de
um amigo, às portas do prédio, cerca de duas horas antes de ser encontrada
morta. Essa constatação provocou um pedido de prisão provisória para Nayra
Veloso, amiga de Fernanda, cujo perfil bate com a descrição de duas testemunhas
como a "moça baixinha de cabelos loiros" que estava ao lado da
estudante de direito em frente ao prédio.
Edição: Jornal da Parnaíba | Por Feitosa Costa/GP1
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