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| Jeremias Lustosa Cabral, vice-presidente do SINPAF |
A 21ª Plenária Regional Nordeste foi aberta nesta quarta (28/3) com 90 delegados representando 20 seções sindicais. Até sexta-feira (30/3), os participantes debaterão questões de interesse dos trabalhadores da Embrapa, Codevasf e Emepa. Após a abertura, o professor de Economia da Universidade Estadual do Piauí (UEPI) Samuel Costa Filho analisou a conjuntura nacional e suas consequências para a classe trabalhadora.
Costa Filho criticou o modelo de desenvolvimento adotado pelos sucessivos governos do PSDB e do PT nos últimos 18 anos. Para ele, não existe um modelo virtuoso de políticas públicas no Brasil. “O governo Lula manteve o tripé da política econômica de lógica rentista implantada por FHC em detrimento dos gastos sociais e dos investimentos públicos”. Ele criticou, entre outros pontos, a política de incentivos fiscais à indústria como medida para promover o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). “Quem ganha com esse modelo são os grandes empresários, industriais e empreiteiros. Além disso, ele não cria um modelo de desenvolvimento sustentável e competitivo internacionalmente. Para mim, essa política é adversária da classe trabalhadora”.
Costa Filho alertou que a crise não está sendo debelada e que vai atingir o país. Ele ressaltou a importância da mobilização dos trabalhadores nesse contexto. “Sem isso, não vamos conseguir frear a retirada de direitos”, salientou, lembrando que no capitalismo os lucros são sempre privados e as crises socializadas. “Nós, trabalhadores, somos sempre convocados a arcar com os prejuízos e temos que abrir mão de direitos que para os mandatários do atual modelo sejam sempre os únicos privilegiados”.
A mensagem final do acadêmico foi a de que os trabalhadores têm que se organizar para lutar não só pela manutenção dos direitos conquistados, mas para avançar e fortalecer as mobilizações sociais contrárias à manutenção do neoliberalismo como único modelo possível. “Marx nos explicou que os estágios da civilização são consequência de um processo construído, portanto, essa nova crise capitalista que começou em 2008 não é obra divina e temos que nos apropriar desse processo histórico ou estaremos para sempre reféns de rentistas e especuladores que não geram trabalho e nem riqueza, mas somente lucros para si mesmos. O capitalismo está nos levando a deixar de viver para nos entregar cada vez mais ao trabalho, ao consumo e à riqueza, e quando morrermos não levaremos nada disso”.
Além do vice-presidente do SINPAF, Jeremias Lustosa Cabral, também participam como convidados os diretores nacionais Guiomar Rodrigues (secretária-geral), Mirane Costa (Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente) e Sérgio Roque (regional Centro-Oeste). A presidente da Seção Sindical Amazonas, Simone Alves, também foi convidada para falar sobre a mobilização dos trabalhadores da Embrapa Amazônia Ocidental por melhores condições de trabalho nos campos experimentais. O presidente do sindicato, Vicente Almeida, participará dos debates nesta quinta-feira.
Jornal da Parnaíba


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