Levantamento da Controladoria Geral da União
considera apenas casos identificados de corrupção.
O Ministério da Saúde perdeu somente no ano
passado, devido à corrupção, cerca de R$ 69,4 milhões que deveriam ser
destinados ao setor no Piauí. Considerando cinco ministérios, a pasta responde
sozinha por 55% dos recursos federais que se perderam no caminho, conforme
levantamento da Controladoria Geral da União (CGU) com base nas condenações do
Tribunal de Contas da União (TCU).
O montante é o somatório de irregularidades
encontradas pela CGU, entre janeiro e dezembro de 2011, em procedimentos de
investigação, as chamadas Tomadas de Contas Especiais. Embora sejam números
expressivos, os desvios na Saúde refletem somente as 24 fraudes ou outras irregularidades identificadas pelo Ministério
da Saúde ou pela CGU. Ou seja, não incluem casos não identificados de
corrupção, que podem elevar ainda mais o valor desviado. Nem mesmo está
incluído o dinheiro que não foi bem aplicado devido a problemas de má gestão.
Na avaliação do advogado da Advocacia Geral da
União (AGU) no Piauí, responsável pela cobrança dos valores, Sérgio Miranda, as
falhas são relativas ao despreparo do gestor. "Sempre se procura levar em
consideração a estrutura da prefeitura e verificar se há atenuantes para a
falha de determinado gestor", afirmou. Porém, ele lembra que a maioria das
situações é referente a casos de "má-fé" entre os gestores públicos. "São
de fato os casos em que há corrupção pensada", disse.
Miranda explica que nos últimos anos tem sido
observado um aumento no volume de ações e processos administrativos contra
gestores que desviam recursos no Estado. "As denúncias da sociedade têm
sido um forte aliado nesse trabalho de combate à corrupção", acrescentou.
A Prefeitura Municipal de Palmeira do Piauí, por exemplo, aparece no relatório
condenada a devolver ao Ministério da Saúde recursos no valor de R$ 146.581,43.
Já a Secretaria Estadual de Saúde aparece em quatro processos para devolver
dinheiro: pelo menos três são referentes à impugnação total ou parcial de
despesas e o segundo no valor de R$ 1.035.905,67, devido não consecução dos
objetivos pactuados com a União.
As prefeituras de Santa Filomena e Campo Largo
também terão que devolver recursos por conta de cobrança irregular de
procedimentos do SAI/SUS e AIH. A primeira terá que retornar recursos de R$
110.643,07 e a segunda R$ 132.437,72. Entidades também aparecem na relação da
CGU. A Clínica Dr. Isaías Ltda terá que devolver ao Ministério da Saúde R$
786.547,53 por pagamento irregular de procedimentos do SIA/ SUS e AIH/Cobrança
irregular de procedimentosdo SIA/SUS e AIH. Pelos mesmos motivos a Unidade
Mista de Saúde Joana de Moraes Sousa devolverá R$ 149.469,21 aos cofres
públicos. Outras prefeituras como de Paulistana terão que retornar à União
recursos de R$ 93.755,94 por não execução do objeto conveniado, assim como a
Prefeitura de Santo Antônio dos Milagres. A Prefeitura Municipal de Caridade do
Piauí foi condenada a devolver R$ 308.350,97 devido à impugnação total de despesas. Dados da AGU
apontam que, no Piauí, mais de 300 gestores públicos são alvos de processos
para devolução de recursos mal aplicados ou desviados.
Ao todo, a União perdeu R$ 117 milhões em desvios
no ano passado
Clique AQUI e saiba mais informações de Parnaíba e região
Jornal da Parnaíba | Portal O Dia
Nenhum comentário:
Postar um comentário