domingo, novembro 20, 2011

Piauí e Maranhão disputam investimentos da OGX de Eike Batista na Bacia do Parnaíba

Eike Batista da OGX
"Briga" pesada entre Piauí e Maranhão na exploração de petróleo. A empresa OGX de Eike Batista faz investimento milionário em licitação de 20 blocos na Bacia do Parnaíba.

A 11ª Rodada de Licitação de Blocos Exploratórios, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), nem foi aprovada e já existe uma disputa acirrada por blocos que podem ser ofertados na bacia do Parnaíba, nos estados do Piauí e Maranhão. Por enquanto, quem mais ganha são os maranhenses.

A partir de resultados levantados pela agência reguladora sobre a região, e das descobertas divulgadas pela empresa OGX, que é do homem mais rico do País, empresário Eike Batista, a ANP sugeriu a licitação de 20 blocos no próximo leilão, que ainda não tem data definida. Em entrevista ao jornal 'Valor Econômico', Magda Chambriard, diretora da agência reguladora, afirmou que "há, pelo menos, quatro empresas pleiteando disputar a região".

A agência já licitou dez blocos na bacia do Parnaíba, que passa por uma parte no Piauí e a outra no Maranhão. Hoje, oito são operados pela OGX, que já fez descobertas importantes na região. Mas só na parte maranhense. Magda afirmou que a companhia já perfurou dez poços para avaliação e em sete obteve indicação de gás. "Sobre os outros três ainda não temos informação", disse Magda.

A OGX apresentou à ANP, em maio deste ano, duas declarações sobre o potencial de comercialização de gás natural do bloco PN-T-68, na bacia do Parnaíba. As acumulações estão nos campos de Gavião Azul e Gavião Real. A companhia estima produção de 5,7 milhões de metros cúbicos por dia, em 2013. As recentes descobertas na região foram estimuladas pelo Plano Plurianual de Geologia e Geofísica (PPA), lançado em 2007 pela ANP, com o objetivo de descobrir novas fronteiras de exploração no país. O plano, financiado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), prevê, até 2014, investimento de R$ 1,8 bilhão em 22 bacias no país.

Segundo Magda, no momento da elaboração do plano, a agência buscou dar prioridade às bacias terrestres, pouco conhecidas. É aí que começa a entrar a parte piauiense. De acordo com ela, o Piauí foi o primeiro estado a receber um levantamento sísmico realizado pela agência. "Resolvemos começar pelos locais de menor IDH [Índice de Desenvolvimento Humano]", explicou, referindo-se ao Piaui como um dos estados mais pobres do Brasil. Até agora, por meio do plano plurianual, a ANP investiu na bacia do Parnaíba cerca de R$ 130 milhões para levantamento de dados que irão detalhar o potencial exploratório da região.

A previsão é que sejam investidos mais R$ 210 milhões na bacia do Parnaíba e na bacia de São Luís, no Maranhão, até 2014. A agência reguladora programou, ainda para este ano, a licitação para um levantamento sísmico na bacia do Parnaíba - que já está em andamento -, para o qual serão investidos R$ 60 milhões. Magda destacou que a agência também está estudando dados levantados na bacia de São Luís, no Maranhão, nos anos 70, pela Petrobras e "os resultados são excelentes". Segundo a diretora, quando a ANP foi criada, a Petrobras passou as informações que tinha sobre as bacias. "É claro que a Petrobras viu isso na época, só que as bacias terrestres grandes estão com mais potencial para gás natural e naquela época, há 30, 40 anos, a gente não procurava gás", disse. Segundo a diretora, o cenário hoje mudou. "O que estamos vendo agora é uma mudança de panorama. Agora, a gente tem bacias terrestres com potencial para exploração de gás, em um momento que o Brasil tem mercado para gás." 

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Jornal da Parnaíba | Por Allisson Paixao/180graus

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