quarta-feira, outubro 05, 2011

Sindicatos votam contra proposta dos Correios e greve continua

Sindicatos votam contra proposta aceita pela federação
A federação aceitou, mas os sindicatos não ficaram satisfeitos com a proposta apresentada pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, e a greve geral iniciada no dia 14 de setembro deve continuar.

Na terça-feira, dia 4, a Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) concordou com a proposta apresentada pela ECT durante a audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TRT), mediada pela ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, vice-presidente do tribunal.

Nesta quarta-feira, contudo, a maioria dos 35 sindicatos dos trabalhadores dos Correios decidiu recusar a proposta que previa um reajuste de 6,87% retroativo a agosto e um aumento real de R$ 80 (para todas as categorias) a partir de outubro.

Ainda conforme ficou acertado entre a Fentect e a ECT, dos 21 dias da greve, 15 seriam compensados em finais de semanas e seis seriam descontados a partir de janeiro de 2012 parcelado em 12 vezes.

Para que o acordo fosse referendado e a greve chegasse ao fim seria necessária a aprovação, em assembléia, de pelo menos 18 dos 35 sindicados. Contudo, a maioria das entidades manifestou-se contra a proposta, inclusive o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios no Piauí (Sintect-PI).

Edvar Soares, presidente do sindicato, afirma que a proposta costurada pela ECT com a Fentect foi ainda pior do que a oferecida inicialmente pela empresa pública. "Eles deram o reajuste de 6,87%, mas retiraram o abono de R$ 500 oferecido inicialmente, e apenas anteciparam o aumento linear de janeiro para outubro. É uma oferta ridícula, principalmente para os trabalhadores de Estados como o Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, onde o custo de vida é mais caro", avaliou.

Edvar disse que a Fentect aceitou a proposta porque é "vendida" e "sofre influência" de partidos políticos. "A direção nacional dos Correios achava que, com o aval da federação nacional, os sindicatos não iam conseguir segurar a greve. Mas nós mostramos o contrário. Na verdade, quem está mantendo a greve é a base. Porque nenhum trabalhador consegue viver com um piso de R$ 807, principalmente no Rio, em Minas e em São Paulo. Lá é comum os trabalhadores dos Correios pedirem demissão para procurar outro emprego", criticou o presidente do Sintect-PI, acrescentando que outros sindicatos pelo país também sofrem coerções.

Os trabalhadores pedem aumento salarial linear de R$ 200, reajuste de 7,16%, piso de R$ 1.635 e recuperação das perdas salariais acumuladas desde 1994, que, segundo a Fentect, chegam a 24,76%, tendo como base para cálculo o percentual de variação dos Índices do Custo de Vida (ICV) calculado pelo Dieese - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.

Mantida a paralisação nacional, agora os Correios e os funcionários grevistas aguardam até a próxima segunda-feira, dia 10, quando as partes terão mais uma oportunidade de chegar a um consenso sobre as principais cláusulas - reajuste salarial e desconto/compensação dos dias de paralisação. Se a conciliação não for obtida, o dissídio coletivo será distribuído, por sorteio, a um dos ministros integrantes da Seção Especializada em Dissídios Coletivos, sendo, posteriormente, levado a julgamento.

"Agora temos que reforçar a mobilização e lutar até o final", afirmou José Rivaldo da Silva, secretário geral da Fentect, após confirmar que a proposta dos Correios fora rejeitada pela maioria dos sindicatos.

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Jornal da Parnaíba | Por Cícero Portela/O Dia

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