As políticas públicas para
atender aos clamores da educação parecem estar sensacionais. Parecem!
Nas Escolas, há uma euforia lá
para o lado dos refeitórios, uma verdadeira festança: hambúrguer, macarrão,
muita salsicha, um festival de massa de tomate. E os fabricantes de mochilas,
uniformes, cadernos e livros dando testada uns nos outros para vencer a maratona
de encomendas! Na área de equipamentos, há um amontoado de fios e benjamins e lap
top e data show, uma exposição de salas de informática que é um zun-zum, e ...vale
transporte para as crianças...
Aí, você passa pelos diários de
frequência às aulas, confere o resultado da aprendizagem, anda pela avenida do desempenho
e a coisa pega feio. Aquilo tudo não contribuiu, como se esperava, para a
melhoria do rendimento escolar? Não rendeu tudo isto! O Rio de Janeiro amargou
uma classificação no desempenho que é um horror, só ganhou do Piauí, apertado.
Será por que?
Será por que? O que adianta uma
tecnologia pós-moderna e uma metodologia ultrapassada? De que vale um lap top
na mão direita do professor e um salário de fome na outra mão? O que adianta
uma barriga cheia de salsicha e um cérebro transbordando de informações
desencontradas? Por que se adota um método de alfabetização já desprezado e
condenado pelos países que têm interesse em acabar com o analfabetismo?
Coitado do professor! Cada um que
se candidata a se esparramar por cima do salário milionário de político tem a
cara de pau de dizer que sabe onde estão os maiores problemas da educação - e
sabe mesmo, por isso passa bem longe da solução. Alguns chegam a propor plano
de carreira e o professor passa a vida correndo e se desgraçando nos quatro
empregos, correndo para morrer de tanto trabalhar. É isto que é carreira?
Coitado do professor, ele vê as
crianças indo para a Escola com vale transporte, ele vai de carona, a pé, de
bicicleta... Não que ele não concorde com essa proposta de dar conforto
material ao aluno, só que ao professor só oferecem mais serviço... Quando
alguém vai se lembrar de que o professor, diante desta zoeira toda de
modernidade, precisa estudar e se atualizar, cada dia mais, se vestir melhor,
falar, pelo menos duas línguas... e viver?
Ivone Boechat
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