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Delegado da PF - Orlando Moreira Nunes |
Ainda internado, Orlando Moreira Nunes quebrou o
nariz, o braço e enfrenta a perda da filha. Orlando é irmão do vice-prefeito de
Luis Correia Luis Neto e já foi delegado da Polícia Federal também no Piauí.
Sobrevivente do acidente de sábado (27) com um
bonde em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, relatou ao Jornal da Globo, nesta
quinta-feira (1º), o drama vivido nos momentos finais da tragédia que deixou
cinco mortos. Ainda internado, Orlando Moreira Nunes quebrou o
nariz, o braço e enfrenta a maior perda de todas: a filha de 12 anos, Maria
Eduarda, que morreu no acidente.
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JG: O que você lembra do momento em que o bonde
virou?
Orlando: “Minha esposa e minha filha se acomodaram
junto ao motorneiro, junto à cabine de comando, e eu exatamente atrás, em pé,
ao lado da grade. Nesse momento, percebi que houve uma troca de comando. Tinha
um senhor alto, de bigode que estava sem farda, com uma roupa normal, que
estava ali na posição de motorneiro. E veio embarcando um senhor negro de
camisa branca, de suspensório, que depois vim a saber que era o senhor Nelson
que era muito conhecido lá na área”.
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Orlando durante a entrevista ao Jornal da Globo |
O motorneiro Nelson Correia da Silva, de 57 anos,
morreu no acidente. Ele era um condutor experiente e cauteloso, segundo os
moradores de Santa Teresa. Imagens gravadas por um turista mostram Nelson
descendo do bonde para colocar areia na roda e aumentar o atrito com o trilho.
Um processo que deveria ser mecânico era feito manualmente. O freio já era uma
preocupação.
Orlando: “O bonde começou a pegar velocidade. Ele
procurou o freio e o freio não respondeu. Ele tentou várias alavancas, mexeu de
um lado, mexeu do outro. Tentou mexer em cima de algo que me pareceu ser um
freio de emergência, um segundo freio. Nada disso dava certo. Ele tomou
consciência de que o bonde estava sem freio, descendo a ladeira desgovernado.
Ele disse: ‘Tá sem freio! Tá sem freio!’ As pessoas muito aterrorizadas. Teve
uma curva para esquerda. Nessa curva, percebi que a minha mulher foi jogada
para fora do bonde. O bonde já estava descarrilando, virando, e aí, de repente,
apareceu um poste à frente. Alguma coisa como tentar desviar, um barulho grande
e quando eu me vi estava embaixo daquilo tudo com muitas pessoas em cima de
mim, muitas ferragens”.
Em 2009, um outro acidente matou uma professora.
Segundo a perícia, o bonde perdeu o freio e bateu num táxi. Documento do
inquérito mostrava que a própria empresa responsável pelos bondes sabia que os
veículos ofereciam risco à população.
Era esse o caso do bonde número dez, um dos
veículos que não foram modernizados. Nele estavam Orlando, a mulher, a
jornalista da TV Globo Daniela Dourado, e os dois filhos.
“Nós perdemos filha de 12 anos que estava começando
a vida”, disse Orlando.
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Jornal da Parnaíba com informações do G1
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