
Uma jovem de 17 anos, do município de Cocal da
Estação (PI) chora lágrimas de sangue, e é destaque no Domingo Espetacular da
Rede Record.
A garota Débora, de 17 anos, representa um fenômeno
raro e difícil de explicar: ela sangra quando chora. O problema começou há
cerca de um ano – de acordo com a família dela, os sangramentos começaram
primeiro no nariz, depois pela boca e ouvido e finalmente pelos olhos.
A menina morava em Cocal, no Piauí, mas foi levada
para São Paulo na esperança de encontrar uma resposta para o problema. A
adolescente conta que sofre muito com o problema, apesar de não sentir dor.
– É difícil para mim, eu não acho que tenho uma vida normal por causa disso. Eu não posso ter uma discussão em família, uma briga. Ou meu irmão joga uma piada, começo a ficar nervosa, começa a sangrar.
– É difícil para mim, eu não acho que tenho uma vida normal por causa disso. Eu não posso ter uma discussão em família, uma briga. Ou meu irmão joga uma piada, começo a ficar nervosa, começa a sangrar.
O ato de chorar sangue é muito raro, mas já foi
estudado pela medicina e recebeu o nome hemolacria. No caso de Débora, os
médicos preferem não usar essa palavra, porque ela não chora sangue no lugar
das lágrimas, mas sim lágrimas misturadas com sangue. Além disso, muitas vezes
o sangramento ocorre mesmo quando Débora não está chorando.
Estudos médicos mostram que alguns casos de
sangramento pelos olhos e outras partes do corpo podem ser provocados por
deficiência na coagulação do sangue ou no sistema circulatório. Outras
possibilidades são um tumor no cérebro, uma forte pancada na cabeça ou um
trauma emocional.
No caso de Débora, os médicos descobriram uma pista
importante: um trauma que ela sofreu aos 14 anos, quando morava no Piauí. Ela
teria sido agredida pela patroa quando trabalhava como babá.
Antonio Carlos Lopes, médico da Unifesp
(Universidade Federal de São Paulo), que analisou o caso de Débora, diz
acreditar que pode haver uma relação entre o sangramento e a agressão que a
jovem sofreu no passado.
– A impressão que se tem, pelo que ela conta, é que
deve existir algum tipo de má formação vascular como consequência do trauma que
ela recebeu.
Mas, para fazer um diagnóstico definitivo, ele
prefere esperar o resultado final dos exames, que devem ficar prontos nesta
semana.
Problema já foi registrado no Brasil
Casos parecidos com o de Débora já foram
registrados no Brasil e no mundo. No ano passado, a agricultora Quitéria
Calixto de Lima procurou o Hospital de Caririaçu, no interior do Ceará. Ela
sentia fortes dores de cabeça e chorava sangue.
Quitéria foi submetida a vários exames.
Misteriosamente, nada que explicasse o sangramento foi encontrado. Os médicos
recomendaram que a agricultora fosse internada. Ela se recusou e, por isso, a
hipótese de fraude ganhou peso.
Jornal da Parnaíba | Fonte: Record
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