domingo, julho 03, 2011

Fabiano Campos: O colecionador do mundo

ARTISTA deixou as vernissages e as badalações
no Rio de Janeiro e Curitiba, para viver numa
espécie de retiro em Luis Correia
Um colecionador de artes, um cidadão do mundo.  Assim é Fabiano Campos. Aos 68 anos, cheio de vitalidade, ele é de tudo um pouco: artista plástico, arquiteto, paisagista, escultor, antiquário, desenhista, tecelão, design, contador de histórias e mais um monte de coisas.  Fabiano, além de versado nas artes, é um lingüista, um poliglota. É um artista que deixou as vernissages, as badalações no Rio de Janeiro e em Curitiba, para viver numa espécie de retiro em Luis Correia, no Piauí.


Fabiano Campos cursou Belas Artes, no Rio, e percorreu o mundo. Nessas viagens, ele trouxe um pedaço de cada país por onde passou. A casa de Fabiano virou um verdadeiro museu, devido a quantidade de peças, telas, esculturas, quadros, livros, revistas, tapetes persas, e tudo de arte que encontrou e que o encantou, tem espalhado pela casa. O artista tem um pedaço do mundo em casa.


Aliás, a casa de Fabiano Campos é um quesito a parte. O imóvel, sem paredes e sem portas, foi construído num grau do eixo da terra que permite que o vento e a luminosidade invadam o ambiente, mas impede que a água da chuva invada as dependências. 

A casa é cheia de arte, até ex-votos, considerada arte primitiva, que são peças de madeira que representam partes do corpo a quem quer adquirir uma graça. O banheiro no andar superior tem sete metros, é aberto e cheio de plantas, rodeado de verde. O local ainda tem um sistema inteligente, onde a água do banho serve para irrigar as plantas, do imenso jardim, com flora variada, de espécies colhidas em várias partes do partes do país e cultivadas ao longo dos anos pelo próprio Fabiano. 

Fabiano tem como companhia dois cachorros, mistura de um cruzamento de dobermann, weimeraner e dog alemão, e vários pinches. Mas King e Hera são os vigias da casa. Dioclin Oliveira é o administrador, criado como filho por Fabiano Campos. Dioclin casou com Daniele, e deu um neto a Fabiano, Diogo, que atualmente é a alegria da casa e do vovô, a quem tudo é permitido, dos dengos à bagunça.

Mas voltando a história do artista e de sua vasta coleção de artes, Fabiano Campos desapegou-se da veia artística e passou a ler mais, enveredou pela veia literária. Ele está sem produzir algum tempo e se dedicado a leitura. Tem até falado em se tornar um monge.

Fabiano percorreu o mundo. Ele esteve no Oriente Médio, no Vaticano, na França, na Inglaterra, no Egito, em Marrocos, na Europa, na Grécia, enfim, ele rodou o mundo e amealhou peças de arte por onde passou. Algumas a duras penas, como uma deusa Shiva, em madeira, no tamanho natural, que teve que vir do Oriente de navio. Peças de madeira dourada que vieram da China, com inscrições religiosas. Vários tapetes persas. Vasos chineses e japoneses, além de uma delicada porcelana alemã e prataria.

Ele conta com orgulho uma vida dedicada a arte, a conhecer o mundo, a contar histórias de culturas de vários países, de quem tem uma memória fotográfica, porque relata tudo com riqueza de detalhes, como nas descrições feitas nos livros de Jorge Amado.

Publicação: Jornal da Parnaíba | Diário do Povo do Piauí

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