Cidades do Piauí não se preocupam com o lixo urbano

Poucas cidades têm se preocupado com o lixo urbano no Piauí. Não é um mal exclusivo do nosso Estado. O descaso é nacional, não obstante o Estatuto das Cidades, aprovado em 2011, trata da questão com muita clareza. Nem mesma os municípios que se autoproclamam turísticos cuidam adequadamente do lixo.

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São Raimundo Nonato, que guarda o Parque Nacional Serra da Capivara, reconhecido pela Unesco como patrimônio da humanidade, por ser considerado o berço do homem americano e pelas suas riquezas arqueológicas, é um exemplo disso. A litorânea Luís Correia é outro exemplo. E por aí vai.

O secretário das Cidades, deputado Merlong Solano, informou que sua pasta está elaborando um projeto para o lixo em todos os municípios piauienses. Os levantamentos iniciais indicam que seriam necessários R$ 200 milhões para implantar o projeto. Quem vai se interessar pela causa, que, a rigor, é nobre, mas não dá marketing?

No Piauí, apenas Teresina cuida adequadamente da limpeza pública e do tratamento do lixo coletado. Todo ele vai para o aterro sanitário. Mesmo assim, ainda falta a cidade se dedicar à questão da coleta seletiva e da reciclagem. No interior, a questão do lixo é uma calamidade. Começa que não existem aterros sanitários, mas lixões a céu aberto.

E o que se vê, na rotina das cidades interioranas, são animais pelas ruas, lixo amontoado e a preocupação mínima dos prefeitos com a limpeza. Em muitas cidades, onde o descaso é maior, os urubus acabam se transformando em garis. Há que se destacar aqui que não apenas os gestores, mas também os moradores, são vergonhosamente relapsos na questão da limpeza e contribuem significativamente para o emporcalhamento das ruas onde moram.

Nestes tempos de discussão sobre a urgência de se cuidar convenientemente do meio ambiente, há que se voltar os olhos também para a questão do lixo urbano. Se levada a sério, ela redundará também em mais saúde nas cidades, que se tornarão mais agradáveis para se viver.

Publicação: Jornal da Panaíba | Por Zózimo Tavares/180graus