GUARITA
Guarita! É a filha pródiga de
Parnaíba!
Do deus da luxúria é amante
predileta!
De vida lascívia, com semblante
desvairado,
por que tanta agonia? O que
anseias?
Com o reino do mal se eleva sobre
a cidade,
não sabe que tudo neste mundo
morre?
Por que insiste em seguir nesta
subumana estrada?
Então guarita! Quem é teu
soberano?
Um ser mesquinho, que sempre se
emprega
a beira dum caminho parece
eterno, cego,
não se lava, não se rega, vive de
vinho sem o pão.
A isto te empregas, ao cardo, ao
lixo, teu abrigo
são o lodo, os bichos, andam
descalços nu.
Quem tu és? Dize-me ente
mesquinho!
Tu és a avareza? Ou a santa
singeleza?
Ou tu és a mísera pobreza?
Que atirado na lama perambulas
pelas ruas
de tua realidade e rindo prepara
armadilhas, falsas ilusões.
Por que sangras assim o coração
de tua cidade?
Poderia ela assim querer-te bem?
Ousa-se manchar seu passado de
glórias!
Quando insiste a custo,
sobreviver da libertinagem,
e indômita contra ela sempre se
levanta.
Parnaíba clama penitente, que São
Francisco,
o santo te liberte do pecado.
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