domingo, maio 29, 2011

Estudo revela que número de asilos para idoso é insuficiente no Piauí

Abrigo São José em Parnaíba | Foto: Helder Fontenele
Parnaíba com uma população de mais de 140 mil habitantes só tem um, o Abrigo São José, administrado pelo estado e nenhum filantrópico.

Um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgado nesta semana, revelou que o número de instituições públicas que abrigam os idosos no Piauí não acompanha o crescimento da terceira idade, que já chega a quase 700 mil pessoas, segundo o Censo de 2010. No Brasil, funcionam 3.548 asilos (públicos e privados). No entanto, a pesquisa mostrou que o governo, nas esferas municipal, estadual e federal, tem apenas 218 asilos em todo o país.


No Piauí, são apenas seis, quatro em Teresina, um em Parnaíba e outro em Picos. Trata-se do menor número de entidades entre os estados do país. Desses apenas dois são administrados pelo Estado, sendo eles: Vila do Ancião (Teresina) e Abrigo São José (Parnaíba), os outros quatro são filantrópicas. Já o restante dos municípios, 98,6% do total no Piauí, estão descobertos, sem esse atendimento para os idosos. 


A pesquisa concluiu que os asilos brasileiros são mantidos pelos recursos dos idosos ou de familiares, mesmo as filantrópicas que recebem financiamento público. O Estatuto do Idoso estabelece que as instituições podem contar com até 70% do valor do benefício da aposentadoria. Cerca de 83 mil idosos vivem em asilos no Brasil, informou o estudo, que também apontou que as mulheres são maioria nessas instituições. No Piauí, são 205 idosos vivendo nos seis asilos, maioria mulheres. 

Foram identificadas apenas seis Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPIs) no Piauí. Todas elas estão situadas em municípios ao norte do estado: quatro em Teresina, uma em Parnaíba e uma em Picos. Tendo em vista a grande extensão territorial do Estado e as fronteiras com outros estados, supõe-se que alguns idosos busquem esse tipo de serviço em municípios de outros estados. “É preciso que se veja essa situação com muita atenção, para atender os direitos dos idosos”, afirmou Luciana Evangelista, presidente do Conselho Estadual do Idoso. 

Nas instituições investigadas foram encontrados 205 residentes, dos quais 94,0% são idosos. Esse número corresponde a apenas 0,07% do total da população idosa do estado. Ou seja, é muito baixa a utilização desse tipo de serviço no Estado do Piauí. Apesar de os idosos com 80 anos ou mais constituírem aproximadamente 14% da população idosa total, 1/3 dos idosos residentes nas ILPIs encontra-se nessa faixa etária. 


Perfil

Nas ILPIs investigadas, verificou-se o predomínio de homens em todas as faixas etárias, com exceção da faixa de idade igual ou superior a 80 anos, em que as mulheres são maioria, correspondendo a 62,5%. No total, os homens predominam: correspondem a 60,5% de todos os residentes. A principal fonte de financiamento das instituições pesquisadas no Piauí são os recursos próprios, o que equivale a 54,4% do total. O segundo maior montante (20,6%) é proveniente de recursos dos residentes e/ou de seus familiares. O financiamento público é responsável por 15,35% do orçamento das mesmas. 

Cerca de 34% do quadro de profissionais das ILPIs é composto por voluntários (11,2%) e estagiários (22,8%). É o caso do Abrigo São Lucas. Segundo a diretora da entidade, Liliane Castro, são 20 funcionários e 12 voluntários. “Algumas funções dependem exclusivamente do trabalho voluntário, como é o caso dos dentistas, e outras têm, na maior parte, vínculo com estagiários devido às parcerias firmadas com as universidades/faculdades. Esse é o caso dos enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos”, disse. 

Nordeste: número de instituições de longa permanência identificadas e respondentes por unidade da federação - 2007-2008 

Alagoas 16 
Bahia 82 
Ceará 30 
Maranhão 12 
Paraíba 19 
Pernambuco 93 
Piauí 6 
Rio Grande do Norte 29 
Sergipe 15


Publicação: Jornal da Parnaíba
Fonte: Portal AZ

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