O Piauí possui hoje oito comunidades terapêuticas para atendimento de dependentes químicos e nenhuma delas é voltada para o público feminino. As mulheres costumam buscar tratamento em outros Estados, como Maranhão, Santa Catarina e Minas Gerais. Já para o público masculino, o número de comunidades é suficiente, mas não há como preencher todas as vagas sem o apoio do poder público e sem o funcionamento concreto da rede de combate às drogas.
Na Fazenda da Paz, entidade voltada para o tratamento e reinserção desse público, há capacidade para atender 300 pessoas - distribuídas em três casas - mas somente 152 são atendidas. A razão: faltam recursos para manter os internos.
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A Fazenda da Paz poderia atender um número maior de dependentes, mas faltam recursos para manutenção |
O coordenador da Fazenda da Paz, Célio Barbosa, afirmou que atualmente são gastos R$ 116 mil para manter os 152 internos. Sessenta vagas são garantidas pelo Estado e 40 pela prefeitura. Além dessas vagas, mais 40 são mantidas pela instituição. O número corresponde aos internos de baixa renda, que não podem pagar pelo tratamento. Somente 12 famílias estão fora desse perfil e podem ajudar a manter a instituição em funcionamento. Essas costumam pagar o equivalente a um salário mínimo por mês.
Atualmente, há 415 pessoas esperando para serem inseridas em uma das comunidades terapêuticas da Fazenda da Paz. "Até o final de maio queremos preencher as 300 vagas. Tem gente que está esperando a mais de três meses para entrar", diz o coordenador. No entanto, o trabalho da instituição não se restringe à internação, pois 680 famílias são acompanhadas. Em alguns casos, a internação chega a ser dispensável.
A pretensão, segundo Célio, é tornar a instituição auto-suficiente até 2014, sendo que a receita está aliada à profissionalização dos internos. Na sede da Fazenda da Paz, que existe desde 1996 em Timon, no Maranhão, são produzidas por ano 30 toneladas de castanhas, além de cajuína. "A partir de uma parceria com uma instituição italiana vamos instalar uma fábrica de beneficiamento de castanha e queremos aumentar a produção para 75 toneladas".
Publicação: Jornal da Parnaíba
Fonte: Diário do Povo
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