quinta-feira, março 24, 2011

Skatista visita cidades do Piauí e pretende fundar federação

Marcelo Pedal Verde
Skatista cruza Brasil inteiro e fala da aventura passando No Piauí visitará as cidades de Teresina, Piripiri e Parnaíba onde pretende fortalecer o skatismo dessas cidades e fundar a Federação de Skate do Piauí. Aventura de cruzar o Brasil sob um skate não é o primeiro desafio enfrentado por Marcelo Pedal Verde que tem patrocínio da Rede Globo.

Pés no skate e mochila nas costas. São os itens básicos para um aventureiro, além de muita coragem para encarar desafios. Esses igredientes são suficientes para o carioca Marcelo Pedal cair na estrada e viajar o Brasil inteiro (ele conta 13mil km). Diz que faz por paixão e incentivo ao esporte.

Há pouco mais de dois meses, o skatista Marcelo Pedal Verde resolveu cruzar o país e partir em uma aventura rumo à cidade Ushuaia, a cidade argentina do fim do mundo. Ele vem enfrentando uma das maiores experiências já vista na história do skate. O carioca pretende com a viagem conhecer um pouco da prática do skate em 17 estados, gravar um documentário retratando um pouco de sua vida e ainda prestar uma homenagem ao pai, Helio Silva, diretor de cinema e fotografia já falecido. Marcelo atualmente passa pela capital piauiense e em seguida parte para mais duas cidades no estado onde então aspira fundar a Federação de Skate do Piauí.

A aventura de cruzar o Brasil sob um skate de seis rodas – adaptação feita pelo skatista para enfrentar as dificuldades de percurso – não é o primeiro desafio enfrentado por Marcelo Pedal Verde. O esportista já realizou na década de 90 uma façanha semelhante, de onde lhe deu inspiração para o atual feito ainda em andamento. Sem uma câmera digital e sem boa parte do que carrega consigo atualmente, Marcelo viajou o país inteiro em cima de uma bike. A viagem que durou três etapas, cada uma durando cerca de dois anos, foi finalizada após Marcelo percorre mais de 100mil km. O fim da experiência não significou uma pausa, pelo contrário deu mais impulso a paixão pelo esporte.

AOS 50 ANOS, AVENTUREIRO NATO

Aos 50 anos, Marcelo Pedal Verde tem contato com o esporte desde os 3 anos. O carioca nascido e criado em Copacabana já manteve projetos sociais ligados ao esporte e já se arrisco e outras aventuras incluindo pára-quedismo. Marcelo acredita que o esporte pode transformar a realidade de jovens e adolescentes que estão sujeitos a marginalização da sociedade e os salvar da violência. Durante a nova empreitada o esportista pretende mapear e conhecer a prática do skate em 17 estados. No Piauí, além de Teresina ele visitará Piripiri e Parnaíba, onde anseia fortalecer as associações de skates existentes e em breve, junto aos demais praticantes fundar no estado a Federação de Skate do Piauí.

Para de fato ser fundada, a Federação de Skate do Piauí, segundo a Lei Pelé, precisa ter, no mínimo de três associações. O estado, atualmente já possui associações em Teresina, Piripiri e Parnaíba. “A federação quando fundada, atuante e reconhecida passa a ter direitos, regalias de utilidade publica. Projetos do governo federal poderão vir para o estado já que só são cedidos para federações” ressalta Marcelo. Aventureiro nato, ele disse que nunca trabalhou na vida. "Eu vivi com meu pai, me incentivando, mas desde pequeno eu saia da escola pra aventurar, andar de skate", disse o "aventureiro", que admite ter um patrocínio da Rede Globo (a logomarca do SporTV está na frente das rodas do seu Skate), mas não revela valores. "Prefiro não falar disso. Não dependo disso. Eles (da Globo) é que resolveram me abraçar, me apoiar".

TERESINA FOI O INÍCIO DA CARREIRA

Dos nove estados nordestinos, seis já possuem Federações. Pernambuco, Ceará, Maranhão, Paraíba, Bahia e Sergipe são os que têm competições homologadas pela Confederação Brasileira de Skate. Quando fundada, a federação do Piauí trará benefícios para os esportistas no estado além de trazer torneios reconhecidos e recursos da confederação.

Após percorrer 3mil km, Marcelo Pedal Verde chegou a Teresina, onde segundo ele foi onde iniciou sua carreira. O skatista conta o apoio de uma piauiense foi determinante para a continuação de suas aventuras e recordes. Em 1991 durante sua viagem pelo Brasil em uma Bike, Marcelo foi abandonado pelo patrocinador e foi acolhido na capital por Morena Veloso, que lhe ofereceu dinheiro e abrigo para a continuação de sua jornada. “Ia desistir, mas ela e seus filhos me tiraram do verdão quando eu já estava quase ligando para minha mãe pedindo dinheiro para voltar. Atualmente estou na casa dela. Ela foi o marco zero, a fundadora da minha carreira” revela.

PASSOU POR SITUAÇÕES ARRISCADAS

Marcelo relata que durante a viagem esta sujeito a riscos e situações fora do comum. A base de uma alimentação regada por mel, banana, aveia e gergelim, o esportistas chega a tomar 12 litros de água por dia para aguentar a viagem, tudo isso sob orientação do médico Adilson Cargo, ex-medico da seleção brasileira sub 17 de futebol, hoje médico do fluminense.

O skatista leva consigo duas peças de roupa, equipamentos eletrônicos, barraca, canivete e pouca roupa, além de uma escova de dente. Marcelo revela que dorme em uma barraca em cada parada e que nunca ficou doente – nem mesmo um resfriado. Entre as dificuldades o esportista relata que já passou madrugas inteiras guiando seu skate pelas BRs, como foi o caso do trecho Codó/Caxias (MA), que viajou por seis horas e meias encarando os riscos noturnos das estradas.

SUA HISTÓRIA VAI VIRAR UM FILME

R$ 35mil foram empregados Só durante a preparação para aventura. Sob um Skate de 1,5mx30cm – preparado cuidadosamente para levar carga e não apodrecer diante das chuvas – Marcelo pretende quebrar quatro recordes e entrar para o Guiness Book, são eles: distância máxima percorrida 12.260 em poder de Rob Thomso Nova Zelândia; de distancia percorrida (403km) em 24horas em poder de Paul Kent Inglaterra; de velocidade média 42km por dia em poder de Dave Corntwaite. Nessa viagem Marcelo usa o Brasil como num tour de France.

Nelson Pereira do Santos, cineasta amigo da família de Marcelo, irá produzir um filme retratando a história, os recordes e as situações vivenciadas pelo esportista. A previsão é que a aventura termine no dia 22 de dezembro em Ushuaia, a cidade argentina do fim do mundo. A data foi escolhida por ser verão no hemisfério sul evitando que o skatista pegue uma temperatura de -50C. “Problema não é a distancia, é as dificuldades do percurso. Faço aquilo que os outros não têm coragem” conclui.

Fonte: Yuri Ribeiro/180graus
Edição: Jornal da Parnaíba

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