A MULHER DO POTE
e logo da pedra a mulher se fez...
do pote a água se fez pedra...
Vestida de granito, vi-te pesada, cansada,
sobre a cabeça o pote, dele uma pálida
luz caia sobre a face do rio,
Sobre a tua um ai! De tristeza, de cansaço.
Só a pedra e eu... o buril burilei...
e logo da pedra a mulher se fez...
do pote a água se fez pedra...
Não foi o fado, que me levou a este delírio,
mas o teu cansaço, o meu cansaço,
atento ao pote sobre tua cabeça, nada existia,
Só o som do buril burilando a dura pedra.
Só a pedra e eu... o buril... burilei...
e logo da pedra a mulher se fez...
do pote a água se fez pedra...
Só tu, eu agora também cansado, pesado,
o Coração assim como o teu, petrificou-se,
o rio se desfez, as árvores, o longo caminho,
Tudo se foi; a dor o cansaço, o pesadelo
morreu nos braços da praça da MULHER DO POTE.
Autor: Di Carvalho
Professor e Artista Plástico
Parnaíba - Piauí
Jornal da Parnaíba
Nenhum comentário:
Postar um comentário