sexta-feira, janeiro 07, 2011

Mão Santa entra com nova ação pedindo a cassação do mandato de Ciro

Senador Mão Santa
- Advogado que cuidará da ação será o mesmo que defende os interesses jurídicos do senador Arthur Virgílio

O senador Mão Santa (PSC), que encerra seu mandato próximo dia 31 de janeiro, entrou com outra ação contra o senador eleito Ciro Nogueira (PP) e o suplente, empresário João Claudino.

Veja também:

Pessoas próximas ao senador parnaibano informaram que a nova ação diz respeito a casos “explícitos” de corrupção eleitoral, com investigações da própria Polícia Federal, repassadas ao Ministério Público Eleitoral.
 
Dessa forma, um outro calhamaço de documentos, a exemplo da primeira ação, foi novamente apresentado à Justiça. O senador foi pessoalmente ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PI), acompanhado dos seus advogados, para dar entrada nos documentos.

Ciro Nogueira e João Claudino são acusados de abuso do poder econômico e captação ilícita de sufrágio.

Dos inúmeros documentos que foram anexados ao processo estão aqueles que tratam da liberação de 37 convênios para prefeituras do Piauí, por parte do governo federal, beneficiando o candidato pepista.

Também figura na representação o atual ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que na época era o ministro das Relações Institucionais e que trabalhou intensamente para derrotar os senadores da oposição.

Padilha é acusado de usar o cargo para liberar verbas e assim “comprar o apoio de prefeitos”, tal qual fez com o prefeito da capital do Piauí, Elmano Férrer, que tornou pública a forma como mudou seu voto - que antes era do então candidato ao governo do Estado, Sílvio Mendes (PSDB) - e passou a apoiar Wilson Martins (PSB).

Isso durante uma entrevista a uma rádio local. Fato amplamente explorado durante a campanha eleitoral.

Engenhosidade Sofisticada

O senador eleito Ciro Nogueira é acusado de usar uma sofisticada e engenhosa máquina de capitação de votos. Pessoas ligadas a ele na época da eleição, e que estão insatisfeitos com o parlamentar - e o motivo é interesse financeiro contrariado - falam, inclusive, dos QGs utilizados para que prefeitos e lideranças políticas fossem ao local, passassem por um detector de metal e saísse de lá com dinheiro. O detector servia para que não entrasse com celulares ou microgravadores.

“A pessoa podia até dizer que não queria passar pelo detector, porém não sairia com o dinheiro”, disse uma das pessoas que trabalhou na área de comunicação de Ciro Nogueira.

Antes o senador Mão Santa estava sendo municiado pelo senador Heráclito Fortes (DEM), mas o leque de contribuidores, o repasse de documentos e de informações com supostos indícios de corrupção eleitoral, ganhou novas dimensões.

Durante o último discurso do senador Mão Santa no Senado Federal, o senador Heráclito Fortes disse que "a eleição que se processou no Piauí ainda será notícia no Brasil inteiro", referindo-se implicitamente a Ciro Nogueira.

E realmente as informações de suposta corrupção eleitoral estão movimentando jornalistas da imprensa nacional. Alguns dos que estão de olho no movimento da ação são da Folha de São Paulo.

Hoje eles dispararam inúmeros telefonemas para jornalistas, advogados e políticos do Piauí, além de conversar com assessores do parlamentar.

Em Brasília, o advogado que cuidará da ação de Mão Santa contra Ciro Nogueira, será o mesmo que cuida dos interesses jurídicos do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM).

Edição: Jornal da Parnaíba
Fonte: PortalAZ

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