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Presidente da EPE, Maurício Tolmasquim |
As usinas Cachoeira e Estreito Parnaíba, no Rio Parnaíba, na divisa entre Piauí e Maranhão, não despertaram interesse dos investidores no leilão de energia nova realizado no final de semana pelo governo federal. Os consórcios liderados pela Chesf, os únicos inscritos para disputar a concessão das duas hidrelétricas, não apresentaram ofertas na licitação. Segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, os custos ambientais afetaram a competitividade dos projetos.
Ao que parece, as licenças ambientais prévias saíram com mais exigências do que o proposto no EIA/Rima, afirmou Tolmasquim. As duas hidrelétricas do Rio Parnaíba já não despertavam tanto interesse por serem caras e gerarem pouca energia. Cachoeira, tem uma capacidade instalada de 63 megawatts (MW) e Estreito, 56 MW.A EPE estima em R$ 328 milhões o investimento em Cachoeira, o que representa um custo de R$ 5,2 milhões por megawatt instalado. Em Estreito Parnaíba, a previsão de investimento é de R$ 364,7 milhões, o que significa um valor de R$ 6,5 milhões por megawatt. Para efeito de comparação, a usina Teles Pires (1,82 mil MW), que foi arrematada pelo consórcio de Furnas, Eletrosul, Neoenergia e Odebrecht, tem um custo estimado de R$ 1,8 milhão por megawatt instalado.
Nesse contexto, o presidente da EPE disse que o aumento das exigências ambientais alterou a economicidade dos projetos, o que explica o fato de não terem despertado. Para a licitação de sexta-feira à noite, a Chesf firmou parceria com a Neoenergia para competir pela concessão de Cachoeira e constituiu um consórcio com a ATP Engenharia para a disputa de Estreito Parnaíba. Para viabilizar o ingresso dos dois projetos nos futuros leilões de energia nova, o presidente da EPE afirmou que a autarquia irá avaliar quais são os fatores que explicam o pouco interesse do mercado pelas usinas. Sobre a possibilidade de aumentar o preço-teto, Tolmasquim foi mais reticente - no leilão, o preço-teto de Cachoeira foi de R$ 110 por MWh e o de Estreito, de R$ 131 por Mwh.
O valor de R$ 131 por MWh foi a média do leilão de eólica. Há um limite para aumentar o preço para contratar a fonte hídrica, porque outras fontes começam a surgir como opções atrativas, justificou.
Edição: Jornal da Parnaíba
Fonte: Diário do Povo
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