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João Paulo dos Reis Velloso |
O criador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso, defendeu maior independência e flexibilidade para o instituto. Ele disse que o Ipea, que completa hoje (20) 46 anos, “precisa não só ter liberdade, mas boas condições para funcionar”.
O parnaibano Reis Velloso ressaltou a contribuição do Ipea, por meio de estudos e pesquisas, para o desenvolvimento do país nesses 46 anos. Explicou que o Ipea não é uma entidade acadêmica, mas um órgão orientado para a formulação de políticas de desenvolvimento, do ponto de vista econômico e social. Velloso recordou que, ao retornar ao país no final de maio de 1964, recebeu do então ministro do Planejamento, Roberto Campos, a incumbência de criar um instituto “para pensar o Brasil no médio e longo prazo”.
Foi acertado que a intenção, convertida posteriormente em fundação, com a reforma administrativa de 1967, teria liberdade de pensamento e de criação. “Foi desta forma que nasceu o Ipea”. Desde o começo, o instituto reuniu economistas de todas as tendências, salientou Velloso.
O primeiro trabalho do Ipea foi preparar a versão final do Programa de Ação Econômica do Governo (Paeg). A primeira versão, contendo apenas a parte macro-econômica, havia sido elaborada pelo economista Mário Henrique Simonsen. “Então, o Ipea recebeu a missão de transformar aquele trabalho em um plano de desenvolvimento”.
Em seguida, no governo Costa e Silva, o instituto fez o Programa Estratégico de Desenvolvimento. Coube também ao Ipea preparar os principais documentos para o 1º Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), voltado para grandes projetos de integração nacional, envolvendo transportes, corredores de exportação, telecomunicações, cuja vigência foi de 1972 a 1974, no governo Emílio Garrastazu Médici.
O Ipea preparou ainda os documentos do 2º PND, lançado no final de 1974, durante o governo Ernesto Geisel, cuja finalidade era estimular a produção de insumos básicos, bens de capital, alimentos e energia. Reis Velloso foi um dos articuladores do plano.
Segundo Reis Velloso, a contribuição do Ipea será cada vez mais relevante nos próximos governos. “Existe uma grande recessão mundial, não é uma depressão como nos anos 30. É um ambiente conturbado e, nesse ambiente, o papel do Ipea é mais importante para ajudar a definir os rumos do Brasil. Agora, nós temos que caminhar para tornar o Brasil um país desenvolvido. Chega de ser emergente”.
O instituto é uma fundação pública federal vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Suas pesquisas fornecem suporte técnico e institucional às ações governamentais para a formulação e reformulação de políticas públicas e programas de desenvolvimento.
Edição: Jornal da Parnaíba
Fonte: Alana Gandra/Repórter da Agência Brasil
Fonte: Alana Gandra/Repórter da Agência Brasil
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