70% dos municípios do estado do Piauí decretaram emergência por conta da falta de chuvas, segundo dados da Defesa Civil.

A seca é um fenômeno natural – portanto irremediável – cíclico, por isso várias ações de prevenção podem ser direcionadas para amenizar os efeitos da seca. Mas mesmo essas medidas podem não ser suficientes, especialmente em longos períodos de estiagem, como o deste ano.
Segundo Romoaldo Militão dos Santos, diretor de projetos especiais da Secretaria Estadual de Defesa Civil, a ausência de chuvas tem feito os decretos de emergência surgirem no Piauí desde o mês de março. “Este ano pode ser definido como atípico. Muitos municípios começaram cedo a ter prejuízos nas safras desde cedo”, explica o diretor.
A média pluviométrica os municípios do semiárido piauiense nos primeiros três meses do ano – época mais chuvosa - é de 500 a 700 mm, dependendo da localidade. Em 2010, de acordo com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Piauí, de janeiro a março, alguns municípios não chegaram a registrar sequer 80 mm de precipitação.
Até ontem, a contagem da Defesa Civil já havia registrado 152 casos, contando a adesão de Piracuruca à lista de cidades em situação de emergência, na semana passada. A seca pode gerar dois tipos de decretos: por prejuízos na produção agrícola ou por falta d’água para consumo.
Situação é mais séria quanto às safras

O diretor de projetos especiais confirma que grande parte dos municípios piauienses sofre mais com perdas nas safras do que com a falta d’água, em si. “Cerca de 80 prefeituras, este ano, declararam emergência por perdas agrícolas. Nesses casos, o gestor deve comunicar a realidade à Defesa Civil para a proteção dos produtores, que devem receber ajuda enquanto a produção não volta ao normal”.
O recurso que se destina aos produtores afetados pela seca é proveniente de um fundo de emergência mantido pelo governo federal, mas ainda não foi repassado. “Este ano, o Brasil teve problemas com chuvas nos estados de Alagoas e Pernambuco, e muito do fundo foi direcionado para lá”. Romoaldo Militão explica que a natureza deste fundo, se transferida para o nível estadual, poderia ter melhor administração no momento de atender quem precisa.
O diretor ainda afirma que um recurso para a construção de pequenas adutoras por todo o estado já foi iberado. Segundo ele, a cada ano, menos municípios apresentam problemas com falta d’água para consumo. “Nossa intenção é, com o tempo, acabar com esses casos”, explica ele, que ainda levanta outro ponto que deve ser levado em consideração: “Há cidades em que isso se torna bem mais difícil, como em Cajueiro da Praia, que tem lençóis freáticos compostos por águas salgadas”.
Edição: Jornal da Parnaíba
Fonte: Juscelino Ribeiro/ Jornal O DIA
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