sábado, setembro 18, 2010

Piauí tem 851 mil analfabetos funcionais, diz IBGE

Dos 2,3 milhões de piauienses acima de 15 anos de idade, 851 mil são analfabetos funcionais, ou seja, sabem ler e escrever o básico, mas não conseguem interpretar um texto, como notícia de jornal, ou, ainda, fazer as quatro operações matemáticas. O índice representa 37,5% da população acima de 15 anos do Piauí e é o maior entre todos os estados do país. A média nacional de analfabetismo funcional é de 20,3%. Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE, na pesquisa “Síntese de indicadores sociais”, referentes ao ano de 2009.

O Piauí também ocupa a segunda posição, entre os demais estados, de maior percentual ou raça. Enquanto que entre os brancos, o índice de analfabetos é de 17%, nos pretos e pardos é de 25,3%. No caso do analfabetismo funcional, também: 28,2% dos brancos piauienses estão nessa categoria, contra 41% dos pretos e 40,2% dos pardos.

A pesquisa ressalta ainda que, dos 1,7 milhão de piauienses com idade acima de 25 anos, 29,1% têm menos de um ano de estudo, o pior índice do país. A média do Nordeste é de 23,2% e, no Brasil, 12,9%.

Agressão física – Segundo o IBGE, 9,1% dos alunos do 9º ano fundamental de Teresina sofreram, nos últimos 30 dias, alguma agressão física em casa, por um adulto da família.

Mulheres estudam um ano a mais que homens

O Síntese de indicadores sociais revelou também que as mulheres estudam mais que os homens. Segundo o IBGE, enquanto que os homens com 10 ou mais anos de idade possuem 5 anos de estudo, as mulheres possuem 6. No grupo de 15 anos ou mais, os homens estudam 5,2 anos e as mulheres, 6,3.

No mercado de trabalho, os homens que estão ocupados estudaram 5,2 anos e as mulheres, 6,7 anos. Entre os que possuem trabalhos formais, os homens estudaram 8,9 anos e as mulheres, 10,9. Nos trabalhos informais, os homens estudaram 4,1 anos e as mulheres, 5,6. Isso mostra a importância dos estudos para o ingresso no mercado de trabalho formal (com carteira assinada).

Elas estudam mais, mas ainda ganham menos que os homens

No entanto, isso não impede a discriminação salarial entre homens e mulheres. Apesar de estudarem mais, elas ainda ganham apenas 80% da média da renda dos homens.

Entre a população da zona urbana e rural, também foi apontada diferença nos anos de estudo. As pessoas acima de 10 anos de idade da cidade estudam 6,7 anos em média e, no campo, apenas 3,4 anos.

32% dos jovens do Piauí estão na universidade

A pesquisa do IBGE mostrou alguns dados positivos sobre o Piauí. De cada 100 jovens entre 18 e 24 anos, 32 estão cursando o nível superior, número bem acima da média do Nordeste, de 30, bem à frente do vizinho estado do Maranhão (22), da Bahia (24) e do Pará (23). Mas ficou abaixo da média nacional, de 48.

A maior parte desses jovens, que deveriam estar já na faculdade, ainda está no ensino médio: 43,2%. E 15% nessa mesma faixa etária está estudando o ensino fundamental.

O IBGE também quis saber a rede de ensino que as crianças, adolescentes e jovens do Piauí estavam em 2009. 89% das que estudam o ensino fundamental estão na rede pública. No ensino médio, o índice cai um pouco, para 87,1%. Já no ensino superior, a situação se inverte: 53,6% dos alunos estão na rede privada.

No entanto, isso não impede a discriminação salarial entre homens e mulheres. Apesar de estudarem mais, elas ainda ganham apenas 80% da média da renda dos homens.

Entre a população da zona urbana e rural, também foi apontada diferença nos anos de estudo. As pessoas acima de 10 anos de idade da cidade estudam 6,7 anos em média e, no campo, apenas 3,4 anos.

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