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Ernesto Paglia em São Raimundo Nonato - PI |
A visita do repórter da Globo, Ernesto Paglia, através do projeto ‘JN no ar’, trouxe à tona as feridas do governo, que só parte da mídia do Estado, pouquíssima, dá a devida atenção. A inexistência de um aeroporto internacional em São Raimundo Nonato.
Na matéria que o Jornal Nacional levou ao ar ontem (3) à noite, Paglia evidencia de cara os problemas da região, com pitada de ironia. “Hoje cedo, um amanhecer ensolarado em Petrolina. E o nosso segundo avião voltou à pista para nos levar ao vizinho Piauí”, inicia.
Logo em seguida emenda no texto a mais pura verdade. “São Raimundo Nonato aparece no meio da paisagem seca da caatinga. Para nossa sorte, a pista do futuro Aeroporto da Serra da Capivara ficou pronta há pouco mais de um ano. É a única parte concluída do projeto aprovado em 1997”, falou, explicando porque outro avião da Globo, de menor porte, teve que levar apenas parte da equipe de Petrolina a SRN.
Piauí é o Estado da “obra inacabada”
A propaganda oficial diz existir no Piauí dois aeroportos internacionais, que são dados pela oposição como obra inacabada. Para Paglia, em sua matéria, “obra inacabada parece ser a marca do lugar. A estrada que liga a região à capital, Teresina, também alterna asfalto com trechos de terra”, pontuou.
Confira o texto da matéria na íntegra:
O JN no Ar foi para a cidade piauiense de São Raimundo Nonato. Vamos direto aos números do estado.
Piauí: mais de três milhões de habitantes. A economia do estado, a menor da região nordeste, é puxada pelo setor de serviços. No campo, a seca é uma constante ameaça.
A renda média mensal é de R$ 713, abaixo da média nacional de R$ 1.025. O acesso à rede de esgoto é o mais baixo do país.
A taxa de mortalidade infantil é a menor da região nordeste, a de homicídios também. Um em cada quatro habitantes não sabe ler nem escrever. Pouco mais de dois milhões de eleitores votam no Piauí.
O repórter Ernesto Paglia falou, ao vivo, do aeroporto mais próximo da cidade de São Raimundo Nonato em condições de receber o JN no Ar que fica em Petrolina, no Pernambuco.
Hoje cedo, um amanhecer ensolarado em Petrolina. E o nosso segundo avião voltou à pista para nos levar ao vizinho Piauí.
São Raimundo Nonato aparece no meio da paisagem seca da caatinga. Para nossa sorte, a pista do futuro Aeroporto da Serra da Capivara ficou pronta há pouco mais de um ano. É a única parte concluída do projeto aprovado em 1997.
Obra inacabada parece ser a marca do lugar. A estrada que liga a região à capital, Teresina, também alterna asfalto com trechos de terra. O comércio e os bancos transformam a cidade em um centro importante para a região.
Hoje, moradores reclamavam do cheiro do sistema de esgoto instalado em São Raimundo Nonato. “Já tive que me mudar quando a minha filha nasceu, por causa do mau cheiro”, revela uma senhora.
Mas tem um trabalho na região que vai consumir muito mais tempo. Gerações de arqueólogos ainda vão estudar o Parque Nacional da Serra da Capivara, a 40 quilômetros da cidade.
Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, o parque tem a maior concentração de arte pré-histórica em rocha do mundo, mais de 900 sítios arqueológicos, 1,3 mil em toda a região.
Os desenhos de até 30 mil anos atrás foram feitos pelas mãos de alguns dos primeiros seres humanos a caminhar pelo continente americano.
“Preservar a história integrando a comunidade foi uma das primeiras decisões que tomou a Fundação Homem Americano, quando percebeu que, com uma população ignorante e pobre em volta, não ia conseguir preservar nada”, declara Rosa Trakalo, da Fundação Homem Americano.
No bem cuidado centro de visitantes, um vídeo mostra imagens da pioneira da pesquisa. A arqueóloga paulista Niede Guidon trabalha no local há quatro décadas. A dedicação da doutora Guidon trouxe para Nonato um curso de Arqueologia, que já formou três turmas.
Lucas Braga, órfão de pai pedreiro, está no segundo ano de faculdade e trabalha há seis na Fundação do Homem Americano, criada por Niede. “Eu fui aluno do Pró-Arte FUMDHAM, que é um projeto social da FUMDHAM. Pretendo fazer mestrado fora e pretendo voltar para cá para eu estudar aqui”, afirma o estudante.
Sônia Rosário morou 12 anos em São Paulo e queria voltar. Só conseguiu depois da vaga de recepcionista no museu criado pela fundação. “Eu gosto de morar aqui que é mais tranqüilo. São Paulo já é muito perigoso”, comenta.
O museu, rico em achados da região, usa os recursos mais modernos e mostra apenas uma parte do imenso acervo de peças a serem estudadas que estão nos laboratórios. “Tem muito trabalho para muitas gerações de arqueólogos e vários tipos de sítios”, aponta a arqueóloga Gisele Felice.
Ninguém vai escrever a pré-história do continente americano sem estudar a fundo o tesouro dessa cidade piauiense. Ao contrário das outras obras inacabadas da cidade, esta é uma boa notícia em Raimundo Nonato.
No sábado (4), a equipe do JN no Ar descansa. E, no domingo, no Fantástico, o sorteio da próxima cidade visitada.
Veja o vídeo com a matéria que foi ao ar no JN
Veja o vídeo com a matéria que foi ao ar no JN
Edição: Jornal da Parnaíba
Com informações da globo.com e portalaz
2 comentários:
Falastes bem, paglia, o projeto de 1997. Só projeto, o governo que voces tanto defenderam e defendem, somente no finalzinho do governo, 2002 veio ao piaui
para anunciar o tal aeroporto. Nada foi liberado.
O que foi feito, ja foi no governo atual, (num governo democratico, temos que respeitar todos os detalhes p/executar obras como essa. inclusive a mais deficil, o licenciamento ambiental etc). Claro que gostariamos que ja estivesse concluido. Esse aeroporto tem uma estrutura carissima, e sera sempre um aeroporto tipo fantasma, um ou dois voos por semana/mes.
A globo poderia instalar uma sucursal no local, sabe lá , num alavanca o desenvolvimento. A oposição quer que o governo enterre milhoes de reais num aeroporto e depois vai dizer que a infraero dá prejuizo. Depois querem tambem que se construa um
aparato gigantesco para o aeroporto. Basta a pista e acomodaçoes para um confortavel embarque e dsesembarque com as devidas esperas é claro. A outra estrutura necessaria a cidade ja oferece. ...
José Vieira, meu caro jovem.
O problema maior não é estar ou não pronto. O ploblema é a mentira, alardear ao mundo que existe um aeroporto internacional quando ele não existe.
Parece que os petralhas não tiveram uma familia que os educassem dizendo pra eles que "MENTIR É FEIO".
Aliás o Ernesto Paglia disse bem, ali será um "futuro aeroporto". Dito de forma correta como provavelmente a família dele ensinou, falando a verdade.
Mas Paglia esqueceu de acrescentar en sua fala o seguinte: "Obras inacabas parece ser a marca da região", poderia ter dito assim: mentira e obras inacabadas parece ser a marca desse governo.
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