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Lula e Dilma participaram de encontro na Federação das Indústrias do Estado do Paraná, em Curitiba |
Lula inova ao pedir voto a Dilma: "Dê uma chance a sua mãe". O presidente reforçou a prioridade de eleger uma bancada forte no Congresso e atacou o senador do Piauí, Mão Santa (PSC): "Ninguém aguenta mais Mão Santa, ninguém aguenta mais senadores que tem lá!".
Numa turnê de cabo eleitoral de Dilma Rousseff (PT) no Sul do País, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inovou no pedido de voto a sua candidata, na Federação das Indústrias do Estado do Paraná, em Curitiba: "Vamos parar com esse negócio de não votar porque é mulher. Pare de ser besta, foi ela que lhe pariu". E no que parece ser um slogan, cobrou: "Dê uma chance a sua mãe!". Dilma e a plateia o aplaudiram, aos risos.
"A arte do presidente da República é saber decidir, saber a hora de tomar a decisão. Nunca conheci uma pessoa da competência da companheira Dilma para tomar decisão", prosseguiu Lula. O evento com industriais paranaenses contou com a participação do governador Orlando Pessuti, do candidato ao governo do Estado, Osmar Dias (PDT), e dos postulantes ao Senado, Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT), além do presidente do PT, José Eduardo Dutra. Puxando Dias para o centro do palco, Lula brincou: "Esse parto foi difícil...", disse, mencionando a aliança fechada nas últimas horas do prazo legal.
Na declaração de apoio a Requião e Gleisi, o presidente reforçou a prioridade de eleger uma bancada forte no Congresso e atacou o senador do Piauí, Mão Santa (PSC): "Ninguém aguenta mais Mão Santa, ninguém aguenta mais senadores que tem lá!". Lula tornou a dizer que foi preciso chegar "um metalúrgico socialista" à presidência para ensinar ao País "o que é capitalismo".
Dilma enfrenta rejeição do eleitorado do Paraná. Na pesquisa Vox Populi, José Serra (PSDB) a supera nas intenções de voto: 46% contra 33%. Amparada na popularidade do presidente Lula, ela pretende reverter a desvantagem. Os petistas admitem perder por pouco no Estado.
Neste sábado (31), Lula e Dilma realizam um comício na Boca Maldita, em Curitiba. Antes de subir no palanque, a petista participa de um encontro reservado com bispos da Igreja Católica, organizado pelo ex-prefeito curitibano e ex-ministro do Turismo Rafael Greca. À frente dos religiosos, Dom Moacyr Vitti.
"Será um encontro discreto. Os bispos não puderam ouvi-la porque estão na temporada de crismas, no interior. Propusemos o encontro para que Dilma possa mostrar sua qualidade humana. Vai ser muito mais uma demonstração do espírito cristão", conta Greca.
O que era apenas boato agora está confirmado
Falava-se muito no Piauí que o presidente Lula faz questão de que os senadores Mão Santa (PSC-PI) e Heráclito Fortes (DEM-PI) não sejam reeleitos e até utilizará sua popularidade para tentar derrotá-los. Não havia, no entanto, nenhum registro de declaração nesse sentido. Agora há, e o escolhido da vez foi o senador Mão Santa.
Pela primeira vez, em público, o presidente revelou que o estilo Mão Santa de ocupar a tribuna lhe tira do sério: "Ninguém aguenta mais um Mão Santa daqueles,; ninguém aguenta mais uns senadores que têm lá."
Heráclito Fortes deve estar incluído na lista genérica daqueles que Lula não suporta. Mas, a vantagem ficou para Mão Santa. O piauiense, que figura em segundo lugar em todas as pesquisas, atrás do ex-governador Wellington Dias (PT), tem a oportunidade de mostrar durante a campanha que sua atuação parlamentar é vista e ouvida pelo Palácio do Planalto. Sendo oposição, nada melhor do que incomodar.
Mesmo que Lula seja quase uma unanimidade no Piauí, as pesquisas indicam que Mão Santa também detém uma parcela significativa de simpatia da população. Se o eleitor sabe que ele e Lula estão em campos opostos e ainda assim quer o retorno do senador "que ninguém aguenta mais", ficará satisfeita com a confissão do presidente que Mão Santa não passou em branco nos últimos oito anos em Brasília.
Oposição é uma necessidade indispensável para uma democracia saudável. O maior mal que Mão Santa fez ao governo Lula foi ajudar a derrotar em 2007 a prorrogação da CPMF, o chamado Imposto do Cheque. O resto são discursos longos, geralmente repetitivos, contra os "aloprados" do PT e um tal de Luiz Inácio, com o qual rompeu logo nos primeiros meses de 2003.
Justifica sempre que deplorou o "mensalão", mas não foi bem assim. O maior escândalo do governo Lula ocorreu em 2005. Mão Santa deixou a base aliada muito antes fazendo uma avaliação política precipitada: ajudou a eleger o petista no Piauí, mas apostou no fracasso do seu governo.
O "mensalão" serviu como um álibi que veio em boa hora, um ano antes das eleições de 2006. Todos sabem que Lula se recuperou, foi reeleito e Mão Santa perdeu as eleições para governador no confronto com Wellington Dias.
Ao longo do mandato, o senador, que deixou o PMDB pelo PSC em 2009, explorou o discurso moralista, de combate à corrupção. Gosta de repetir que na vida há três coisas que só se faz uma vez: nascer, morrer e votar no PT. Mao Santa escapou do PMDB, que indicou o vice de Dilma Rousseff, e caiu num pequeno partido que, na última hora, declarou apoio oficial à petista. O único senador do PSC votará no tucano José Serra. Nem teria mais como se reaproximar do governo.
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Falava-se muito no Piauí que o presidente Lula faz questão de que os senadores Mão Santa (PSC-PI) e Heráclito Fortes (DEM-PI) não sejam reeleitos e até utilizará sua popularidade para tentar derrotá-los. Não havia, no entanto, nenhum registro de declaração nesse sentido. Agora há, e o escolhido da vez foi o senador Mão Santa.
Pela primeira vez, em público, o presidente revelou que o estilo Mão Santa de ocupar a tribuna lhe tira do sério: "Ninguém aguenta mais um Mão Santa daqueles,; ninguém aguenta mais uns senadores que têm lá."
Heráclito Fortes deve estar incluído na lista genérica daqueles que Lula não suporta. Mas, a vantagem ficou para Mão Santa. O piauiense, que figura em segundo lugar em todas as pesquisas, atrás do ex-governador Wellington Dias (PT), tem a oportunidade de mostrar durante a campanha que sua atuação parlamentar é vista e ouvida pelo Palácio do Planalto. Sendo oposição, nada melhor do que incomodar.
Mesmo que Lula seja quase uma unanimidade no Piauí, as pesquisas indicam que Mão Santa também detém uma parcela significativa de simpatia da população. Se o eleitor sabe que ele e Lula estão em campos opostos e ainda assim quer o retorno do senador "que ninguém aguenta mais", ficará satisfeita com a confissão do presidente que Mão Santa não passou em branco nos últimos oito anos em Brasília.
Oposição é uma necessidade indispensável para uma democracia saudável. O maior mal que Mão Santa fez ao governo Lula foi ajudar a derrotar em 2007 a prorrogação da CPMF, o chamado Imposto do Cheque. O resto são discursos longos, geralmente repetitivos, contra os "aloprados" do PT e um tal de Luiz Inácio, com o qual rompeu logo nos primeiros meses de 2003.
Justifica sempre que deplorou o "mensalão", mas não foi bem assim. O maior escândalo do governo Lula ocorreu em 2005. Mão Santa deixou a base aliada muito antes fazendo uma avaliação política precipitada: ajudou a eleger o petista no Piauí, mas apostou no fracasso do seu governo.
O "mensalão" serviu como um álibi que veio em boa hora, um ano antes das eleições de 2006. Todos sabem que Lula se recuperou, foi reeleito e Mão Santa perdeu as eleições para governador no confronto com Wellington Dias.
Ao longo do mandato, o senador, que deixou o PMDB pelo PSC em 2009, explorou o discurso moralista, de combate à corrupção. Gosta de repetir que na vida há três coisas que só se faz uma vez: nascer, morrer e votar no PT. Mao Santa escapou do PMDB, que indicou o vice de Dilma Rousseff, e caiu num pequeno partido que, na última hora, declarou apoio oficial à petista. O único senador do PSC votará no tucano José Serra. Nem teria mais como se reaproximar do governo.
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Edição: Jornal da Parnaíba
Fonte: Com informações de Claudio Leal/Terra
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