quarta-feira, julho 08, 2009

"Emgerpi repassou dinheiro para coordenadores do PT"

O espaço da Comissão de Constituição e Justiça foi pequeno para as mais de cem pessoas que acompanharam ontem o depoimento do ex-servidor da Emgerpi, Jaylles Ribeiro Fenelon, sobre as denúncias de irregularidades na Empresa. Além dos sete deputados membros da Comissão, mais oito deputados acompanharam o depoimento de Jaylles, assessores, servidores, o secretário de Saúde, Assis Carvalho e o advogado Joaquim Almeida, estavam entre as pessoas que acompanharam o depoimento. Entre as denúncias reafirmadas por Jaylles está a de que a diretora da Emgerpi, Lucile Moura, teria autorizado a transferência de valores para contas de pessoas físicas que coordenaram campanhas do PT no interior do Estado.
Jaylles não revelou todos os valores e nomes dos envolvidos porque segundo ele foram orientações da Polícia Federal, que já investiga o caso. "Estas transferências são comprovadas e há documentos", afirmou o jovem. Entre os favorecidos Jaylles citou os coordenadores dos municípios de Simões, Curral Novo, Patos do Piauí e outros municípios.
A maior parte da documentação exposta por Jaylles, diz respeito ao município de Esperantina; o que de acordo com os deputados Fábio Novo, Flora Izabel e João de Deus teria como foco principal atingir o prefeito Chico Antônio do PT.
Entre os repasses citados por Jaylles foram elencadas transferências feitas para contas de pessoas físicas, que segundo ele pertencem a família do prefeito de Esperantina, como irmão e cunhados. Além disso, Jaylles Ribeiro mostrou recibos assinados por Lucile Moura de retirada de valores na Tesouraria da Emgerpi. De acordo com o denunciante as retiradas eram realizadas diariamente, e no final somavam em média R$ 15 mil por semana. "Depois vinha uma pessoa, um laranja, que assinava um recibo do valor das retiradas como forma de pagamento de algumas obras", explicou Jaylles. Ele citou nomes de pessoas que seriam laranjas da Emgerpi e assinaram recibos de obras que não foram executadas para justificar as retiradas.
Ao final de sua explanação Jaylles Ribeiro respondeu perguntas dos 15 deputados presentes na reunião. O deputado Henrique Rebelo (PT) foi o primeiro a questionar o ex-servidor. O deputado perguntou ao jovem se ele tinha conhecimento de que estava infringindo a Lei ao copiar arquivos de extratos de contas bancárias. Ele disse que não havia divulgado nada, "por isso não estou quebrando sigilo bancário de ninguém", garantiu.
Diário do Povo/PI

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