sábado, julho 11, 2009

Confira o editorial do Jornal O DIA: "O porto e a promessa"

A ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, em sua passagem por Teresina na quinta-feira passada, disse que o porto de Luís Correia será concluído até o final do próximo ano, com investimentos de R$ 64 milhões. A notícia não poderia soar mais risonha aos ouvidos dos piauienses, que em mais de um século escutam a promessa de que esta obra será executada. Mas, agora, a promessa parece diferente, embora quem a tenha feito seja pré-candidata a presidente da República. Tantos outros candidatos já passaram por aqui e disseram a mesma coisa e nunca o porto recebeu sequer uma canoa, imagine um navio de grande calado. Mas, Dilma Roussef, na condição de coordenadora nacional do Programa de Aceleração do Crescimento pelo menos até abril do próximo ano, quando terá que se desincompatibilizar do cargo de ministra para ser candidata à Presidência, têm todas as condições de cumprir o que disse.
O Piauí é o único estado brasileiro com faixa litorânea que não tem um porto. Apesar de pequeno, o nosso litoral merece ter um terminal portuário para alavancar o desenvolvimento de toda a região Norte do Piauí e até mesmo para a futura exportação dos grãos dos cerrados, uma vez que a sua conclusão vai incentivar os programas de revitalização do rio Parnaíba, com a consequente navegação e transporte por via fluvial até o litoral.
Já foram investidos vários milhões de reais nas obras do porto de Luís Correia, mas até agora o que pode ser visto a olho é praticamente nada. Com a promessa da ministra, que pelo fato de ser a mais poderosa do governo do presidente Lula, a esperança de que os trabalhos avancem crescem um pouco mais, principalmente porque ela disse que a obra é para já, para ser iniciada na próxima semana, no mais tardar até o final do mês.
Desde que a idéia do porto foi lançada, ainda no século passado, os piauienses esperam o cumprimento das promessas feitas por dezenas de políticos. Os serviços foram iniciados, paralisados, retomados, paralisados de novo, retomados mais uma vez e paralisados mais outra. Agora, o todos torcem é para que a promessa da ministra candidata não seja apenas uma promessa, como das outras vezes. A diferença é que os outros candidatos que prometeram a conclusão não tinham a caneta na mão, como ela tem. E se tinham, a tinta já estava fraca e a escrita apagou com o tempo. Que as palavras de Dilma não tenham sido lançadas apenas ao vento forte que corre no litoral piauiense.
Por Larissa Gomes

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