sábado, maio 25, 2019

Processo de desindustrialização no Piauí pode ser revertido com a união dos poderes públicos e a sociedade, defende AIP

Presidente da Associação Industrial do Piauí (AIP), Andrade Júnior.
O Dia da Indústria, comemorado neste sábado (25), levanta o debate de um setor essencial para a economia, mas que vem perdendo espaço nos últimos anos. No Piauí, a indústria respondia por 22% da atividade econômica e hoje é responsável por uma contribuição de apenas 12%, conforme ressalta o presidente da Associação Industrial do Piauí (AIP), Andrade Júnior.


Em alusão ao Dia da Indústria, a AIP publicou uma carta aberta à sociedade piauiense, onde aponta problemas e a busca por soluções dentro do segmento. Para a retomada da economia e crescimento da indústria, é necessários somar esforços.

"O propósito da Carta é fazer um chamamento dos que compõem os governos estadual e municipais, além da sociedade civil organizada, para fazermos um pacto pelo crescimento industrial do Piauí. Acreditamos que a saída para o desenvolvimento tanto econômico como social está na criação de ambiente favorável de negócios para que mais empresas locais floresçam e outras de fora se motivem a vir investir aqui. Se houver vontade das partes, teremos êxito", avalia o presidente da AIP, Andrade Júnior.

Ele faz um diagnóstico sobre o setor que mostra um cenário desafiador, pela crise econômica que o país atravessa, que tem o processo de desindustrialização como uma de seus manifestações mais nocivas. Esse movimento de desvalorização do setor industrial começou há algumas décadas e tem se agravado no período recente. 

Um levantamento do Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta uma das consequências deste movimento: a participação do Brasil na economia mundial atingiu, em 2018, o pior nível em 38 anos, com percentual de 2,5% na produção de bens e serviços. O país registra quedas seguidas desde 2011.

"O problema é estrutural e decorre da omissão, da falta de articulação ou da ineficiência de políticas econômicas adotadas nas últimas décadas. A hiperinflação dos anos 80, a abertura comercial do início dos anos noventa, a apreciação cambial elevada por períodos mais longos do que os desejados, a prática de juros elevados que predominou até há pouco tempo, o peso da carga tributária e as deficiências de infraestrutura comprometeram a produtividade e a competitividade da indústria nacional e fundamentam a crise atual da indústria brasileira", pontua o presidente na carta.

A carta assinada por Andrade lembra ainda que, em 2018, a participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil passou de 21% para 22%. No entanto, a indústria de transformação colaborou com pouco mais de 11%, sendo este o índíce mais baixo desde 1947.

Da redação do Jorna da Parnaíba

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