Após 77 dias, professores da rede estadual suspendem a segunda greve deste ano. a primeira durou 17 dias. Professores decidiram acatar a determinação do desembargador Joaquim
Santana, que exigiu o fim da greve e o retorno imediato às aulas ontem.
A greve dos professores da rede estadual foi suspensa na manhã desta
quinta-feira (23/08) após Assembleia com a categoria. O movimento durou 77 dias
em busca do reajuste salarial de 6,81% para funcionários ativos, inativos e
pensionistas. O período letivo deve retornar já na sexta-feira (24/08).
Os professores decidiram acatar a determinação do desembargador Joaquim
Santana, que exigiu o fim da greve e o retorno imediato às aulas ontem. A
informação foi confirmada pela assessoria do Sinte. Ainda de acordo com a
categoria, o governo antecipou o contracheque para que os professores possam
ver o reajuste. “Mas, vamos esperar que caia na conta”, completou.
A categoria chegou a montar um acampamento de resistência no Palácio de
Karnak, Centro de Teresina, após o Governo pedir extensão do prazo para dar o
reajuste. Vale lembrar que a Justiça determinou a entrega dos 6,81% em um prazo
de 48h e os professores disseram que só voltariam às escolas com o pagamento no
contracheque.
Mesmo após meses de movimento, cerca de 65% dos trabalhadores estavam
parados por todo o Piauí.
DUAS GREVES, CONFUSÃO E FERIDOS
Essa foi a segunda greve no ano. Em março, durante audiência no
TJ-PI, o governo garantiu que pagaria os reajuste de 6,81% e a categoria
interrompeu o movimento após 17 dias de braços cruzados. Em junho, o Executivo
piauiense voltou atrás e alegou que por conta da Lei Eleitoral e da Lei de
Responsabilidade Fiscal o reajuste só seria de 2,95%, referente a inflação.
Assim, os professores voltaram a grevar novamente.
Na época da aprovação do novo reajuste, houve correria e
empurra-empurra na sede da Assembleia Legislativa. Inclusive, dois professores
saíram feridos. Os deputados ficaram encurralados nos corredores do órgão e
saíram sob muito protesto.
NOVA AÇÃO JUDICIAL E MAIS PROTESTOS
Sem chegar a um ponto comum com o Governo do Piauí, o Sinte-PI ingressou
uma ação na justiça cobrando a execução do que havia sido acordado no mês de
março. No entanto, o desembargador responsável entrou de férias e os
demais preferiram não interferir no processo. Na semana passada, a decisão
veio, mas o Governo pediu aumento do prazo.
A decisão foi assinada pelo desembargador Joaquim Santana, que
determinou que o pagamento fosse efetuado em até 48 horas, no entanto, o
Governo do Piauí pediu extensão desse prazo. Segundo informou a assessoria do
órgão, haveria impossibilidades técnicas para implantação no período.
Na mobilização, professores foram às ruas, protestaram no Karnak e
fizeram panfletagem pela avenida Frei Serafim, uma das mais importantes da
capital.
ALUNOS FAZEM CARTA ABERTA, APOIAM PROFESSORES
Um grupo de estudantes do ensino médio no município de Luzilândia,
distante 240 km de Teresina, se reuniu e expressou através de uma carta aberta,
as dificuldades enfrentadas com a greve dos professores na rede estadual. A
folha saiu das mãos de dezenas de estudantes da Unidade Escolar Luis Teixeira,
que elencaram e discutiram os pontos que os angustiam diante da falta de aulas.
No documento, eles destacavam a importância de investir e valorizar a
educação no Piauí e o medo de ter um mal desempenho ao buscar vagas no ensino
superior. O objetivo era entregar o documento de duas páginas a
Wellington Dias para que saiba o posicionamento dos estudantes sem aulas no
interior do Piauí. Segundo o grupo, é importante apoiar e valorizar a educação
no estado e os professores formam a base do saber.
Com o primeiro semestre incompleto e um segundo que nem começou, os
estudantes tem medo de não conseguirem aproveitar bem o ano. Para aqueles que
vão fazer o Enem, prova que permite o acesso às universidades, o medo era de
ser um 2018 “em vão”.
Por: Lorena Passos/Oito e Meia | Edição: Jornal da Parnaíba
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