Ao longo das últimas décadas, o Piauí aumentou o
número de pessoas inseridas nos regimes previdenciários. Entre 1992 e 2015, a
participação de pessoas com 60 anos ou mais que recebem pensões ou
aposentadorias passou de 8,2% para 13,4%. Os dados são do PNAD/IBGE.
Só no ano passado, mais de 609.787 piauienses foram
incluídos no Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Para o economista e
professor da Universidade de Brasília (UnB) César Bergo, quando os benefícios
são concedidos sem critérios mais claros, o sistema previdenciário pode se
tornar um colapso futuramente.
Por esse motivo, o especialista acredita que o país
precisa mudar as regras para se aposentar. “Foram concedidas muitas benesses, e
algumas até de maneira indevida. Então é importante que se faça uma regra bem
clara e transparente”, disse.
2018
Por não conseguir votar a reforma da Previdência
este ano, o governo Federal já trabalha com a possibilidade de a matéria ser
posta em pauta em fevereiro de 2018. Até lá, a equipe do presidente Michel
Temer deve trabalhar para conquistar apoio de partidos e parlamentares
indecisos. Por ser um ano de eleição, a matéria pode encontrar nova resistência
do Congresso Nacional.
Apesar de o ministro da Fazenda Henrique Meirelles
ter afirmado que não haveria mais modificações no texto, o governo pretende
apresentar uma nova redação da reforma, que altere a última proposta que trata
dos regimes de Previdência dos servidores públicos. A regra de transição e a
integralidade do salário na aposentadoria são pontos que devem entrar na
discussão.
Rombo
Rombo
Segundo estimativas do Tesouro Nacional, o rombo no
setor previdenciário pode chegar a R$ 181,6 bilhões em 2017. No ano passado o
valor também foi expressivo, alcançando a marca dos R$ 149,73 bilhões, prejuízo
74,5% maior do que o registrado em 2015.
Analisando esse quadro, a economista-chefe da ARX
Investimentos, Solange Srour afirma que uma reforma da Previdência é
fundamental para o equilíbrio das contas públicas e para o fim de privilégios
no setor. “As contas previdenciárias estão aumentando em uma velocidade muito
alta. E uma reforma acaba com alguns privilégios, como o que há para os
servidores públicos em relação aos trabalhadores da iniciativa privada”,
comenta.
Por Marquezan Araújo | Edição: Jornal da Parnaíba
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